Por Guilherme
Estamos acostumamos a ver pessoas que defendem ideias pela cor do partido ou posição política que representam (como fazem as revistas Veja e Caros Amigos, e seus articulistas), menosprezando boas realizações de seus adversários, e só enxergando a podridão dos outros (os últimos exemplos, e infelizmente não são os únicos, são os infames mensalão petista e a privataria tucana). Não há, no Brasil, intelectuais independentes, pessoas desligadas a partidos que tenham a capacidade de criticar livremente aquilo que julgam errado, e aplaudir as boas realizações, não importando quem as tenha feito.

Se Hitchens fosse um autor como a maioria, sua luta contra a religião talvez se devesse ao seu alinhamento político. Ao contrário do que se poderia esperar, Hitchens foi um dos poucos ateus a defenderem a política americana no Iraque, elogiando o comando de Bush e criticando os democratas. Para Hitchens, a intervenção americana no Afeganistão e no Iraque era mais do que necessária, e o governo não poderia ficar de mãos atadas depois de 11 de setembro de 2001.
Outras ideias polêmicas de Hitchens foram em relação à vida e ao trabalho de Madre Teresa de Calcutá (“uma fraude, fanática e fundamentalista, amiga da pobreza, não das pessoas pobres”), do documentarista Michael Moore (“manipulador”), de Bill e Hillary Clinton, Mel Gibson e Jimmy Carter.
Hitchens faleceu no último dia 15. Sua partida marca a despedida de um sujeito que nos ensinou que qualquer discussão relevante deve estar sempre baseada na razão, e não em argumentos supersticiosos e sem qualquer fundamento racional.
Boa parte dos textos de Hitchens foi publicada na revista americana Slate. No Brasil, o site da revista Época disponibiliza diversos textos do autor.
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