sábado, 30 de junho de 2012

Grandes ideias para ouvir e discutir

Por Guilherme

Se você aprecia ouvir novas ideias, gosta de conhecer assuntos diversos, e quer aproveitar a internet para isso, um site imperdível é o do TED – Ideas Worth Spreading. O TED (Tecnologia, Educação e Design) é um ciclo global de conferências que existe desde a década de 1980, e que traz expoentes de inúmeras áreas em pequenas palestras de menos de 20 minutos.
No site das conferências, é possível acompanhar as apresentações de grandes nomes das ciências e da cultura contemporânea, como Steven Pinker, Frans de Waal, Richard Dawkins, Edward O. Wilson, Michael Shermer, Sherry Turkle, Oliver Sacks e Julian Baggini.
Algumas conferências apresentam legendas em português. As listadas abaixo certamente merecem atenção:
- Adam Savage, do programa Mythbusters, fala sobre sua paixão pela extinta ave Dodô e a relação disso com a sua curiosidade científica;
- Philip Zimbardo, psicólogo responsável pelo famoso experimento da prisão de Stanford, fala sobre como pessoas aparentemente normais se tornam monstros;
- Frans de Waal, zoólogo holandês, fala sobre o comportamento moral em animais;
- Sherry Turkle, psicóloga americana, fala sobre o fato de estamos cada vez mais sozinhos, apesar de viciados em redes sociais e em contatos virtuais;
- Michael Sandel, filósofo americano, fala sobre a arte do debate democrático;
- Jared Diamond, biólogo americano, fala sobre como as sociedades entram em colapso;
- Jane Goodall, primatóloga, fala sobre a convivência entre humanos e outros animais;
- Michael Shermer fala sobre nossa tendência de acreditar em coisas estranhas;
- James Randi, o famoso mágico americano e criador do desafio de um milhão de dólares para quem provar poderes paranormais, fala sobre nossas crenças irracionais.

terça-feira, 26 de junho de 2012

A Ilha do Dr. Moreau

Por Guilherme

À deriva e fisicamente exausto desde o naufrágio do Lady Vain, o naturalista inglês Edward Prendick é salvo por outro navio e, nele, conhece um médico chamado Montgomery, que auxilia na recuperação de Prendick e cuida de sua saúde. Montgomery não é um passageiro comum, já que deve descer em uma ilha do Pacífico com alguns animais mantidos em jaulas. Além disso, ele tem como servo um sujeito de características físicas brutas, pouco comuns entre as pessoas da época.
        Chegando à ilha, Montgomery recebe ajuda para tirar a carga do navio e é acompanhado por Prendick, que permanece no local apesar de ser avisado de que a ilha é praticamente isolada, pois está distante das rotas comuns de navios no Pacífico.
        Prendick é acomodado em uma pequena habitação, e é aconselhado a trancar as portas e não sair, embora não receba mais detalhes sobre os possíveis perigos que rondam o local. No entanto, aterrorizado com os rugidos do que parece ser um felino submetido a um tratamento brutal, o homem deixa a moradia e passa a vagar pela ilha. Prendick logo percebe que não está sozinho na jornada, e começa a ser perseguido por uma criatura semelhante a um humano, mas não exatamente humana. Sem entender direito o que é que o está perseguindo, Prendick foge e consegue voltar à casa, onde encontra Montgomery. Prendick questiona o médico sobre os animais da ilha, e acaba descobrindo que eles são produto das experiências de um certo Moreau, um fisiologista inglês que se exilou para conseguir realizar seus procedimentos de vivissecção em distintos animais, com propósitos obscuros.
        A saga de Prendick na ilha das bizarras criaturas de Moreau está no genial A Ilha do Dr. Moreau (Alfaguara/Objetiva, 2012), de H. G. Wells. Escrito como uma narrativa em primeira pessoa e originalmente publicado em 1896, o livro pode ser entendido como uma fábula sobre distintas questões morais, algumas bastante novas para a época em que foi escrito, como a ética na experimentação animal. Boa parte das discussões suscitadas pelo livro perduram até hoje: qual é o limite entre animais não-humanos e nós? É possível, realmente, falar em animalidade e humanidade? Em relação à experimentação científica, quais são as suas fronteiras éticas e técnicas?
        Creio que A Ilha do Dr. Moreau pode ser lida também como uma terrível fábula sobre crueldade e insensatez, características que, mesmo considerando todas as bestas do livro de Wells, foram personificadas por um humano.

Indo além:
- Apesar de as criaturas de Moreau serem resultado de enxertos de órgãos e outras partes de corpos, um dos temas que fascina muitas pessoas é a possibilidade de existirem híbridos homens/animais. Existem algumas evidências bem documentadas de que alguns cientistas realmente trabalharam na obtenção de híbridos de seres humanos com outros primatas. Uma dessas tentativas ocorreu na década de 1920, na antiga União Soviética. Na ocasião, cientistas tentaram fertilizar artificialmente fêmeas de chimpanzé com sêmen humano. Também foram testados orangotangos nessa empreitada. Em ambos os casos, não foi possível conseguir um organismo híbrido.
- Ainda sobre híbridos: na década de 1970, um circo americano apresentou um chimpanzé, Oliver, de comportamento bastante incomum. Oliver era capaz de caminhar ereto, como um humano. Além disso, ele tinha poucos pelos na cabeça, ocasionalmente fumava e tinha uma especial atração por humanos, recusando a companhia de outros chimpanzés. As características de Oliver levaram muitas pessoas a imaginar que ele seria um “humanzé”, ou seja, resultado de um cruzamento de um ser humano com um chimpanzé. Oliver nascera no Congo, e lá os chimpanzés eram mantidos como animais de estimação em algumas comunidades, vivendo muito próximos dos humanos. Alguns cientistas fizeram análises de DNA em Oliver, para saber se ele era um chimpanzé ou um híbrido e, apesar de um primeiro exame cromossômico de resultado confuso, exames posteriores não deixaram dúvidas de que Oliver era mesmo um chimpanzé, com os 48 cromossomos característicos da espécie. O fato de Oliver caminhar ereto causou graves danos às suas articulações, e o chimpanzé passou seus últimos anos em santuários de vida selvagem nos EUA. Oliver morreu há pouco, no dia 2 de junho desse ano, depois de viver 54 anos.
- Para conseguir o livro de Wells na íntegra, gratuitamente (mas em inglês), clique aqui e acesse o site do Projeto Gutenberg, que disponibiliza a obra.

domingo, 24 de junho de 2012

Os livros que moldaram os EUA

Por Guilherme

A Biblioteca do Congresso Americano, considerada a Biblioteca Nacional dos EUA, publicou recentemente uma lista de livros que influenciaram a vida dos norte-americanos até os tempos recentes. A ideia de listar os livros mais relevantes escritos por americanos tem como objetivo incentivar a leitura e a discussão desses trabalhos entre o grande público.
A lista contempla clássicos da literatura mundial, como O Mágico de Oz, de L. Frank Baum, As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain, e Moby Dick, de Herman Melville, obras de divulgação científica como Cosmos, de Carl Sagan e A Dupla Hélice, de James Watson, livros pioneiros na temática ambiental, como Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, além de livros de autores que foram consagrados no século passado, como Ray Bradbury, J.D. Salinger, John Steinbeck, F. Scott Fitzgerald e Harper Lee.

Clique aqui, leia a lista e confira quantas de suas obras você já leu.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Conversando com Julian Baggini

Por Guilherme

Julian Baggini é um filósofo e escritor inglês bastante conhecido por seus livros de divulgação de ideias filosóficas e por seus artigos e participações especiais em conceituados sites, rádios e jornais britânicos, como o The Guardian. Alguns de seus livros já foram publicados no Brasil, entre eles Você Pensa o Que Acha Que Pensa? – um check-up filosófico (Zahar, 2010) e Para Que Serve Tudo Isso? – a filosofia e o sentido da vida, de Platão a Monty Python (Zahar, 2008), ambos discutidos aqui no blog.
Em meio a um período de descanso, Baggini gentilmente aceitou nosso convite para falar um pouco sobre as suas leituras e sobre o sentido do ato de ler.

Página Virada – O que você está lendo agora?
Julian Baggini – Recém saí de férias, e tenho o raro luxo de começar a leitura de um livro puramente por prazer. É um romance, The Missing Shade of Blue, de Jennie Erdal. (obs: livro ainda não publicado no Brasil)

PV – Quais livros o influenciaram?
JB – São muitos para mencionar. Em termos de manutenção da minha perspectiva geral sobre a filosofia, eu diria Investigações Sobre o Entendimento Humano e Sobre os Princípios da Moral, de Hume, a Ética, de Aristóteles, e Reasons and Persons, de Derek Parfit. (obs: o livro de Parfit não foi publicado no Brasil)

PV – Por que você considera que é importante ler?
JB – Porque é importante pensar por si mesmo, mas não completamente por conta própria. Assim você precisa de informações de pessoas com maior conhecimento e insights de pessoas que são melhores pensadores.

PV – É possível fazer com que as pessoas leiam mais? Como se pode fazer isso?
JB – Você não pode fazer as pessoas lerem mais. Outros meios de mídia terão que tomar para si parte da tarefa da leitura, que é a de preencher a mente das pessoas. Não há razão para pensar que o áudio e o vídeo não poderão fazer muito do mesmo trabalho. Mas a leitura tem que manter um papel-chave: ela é mais autônoma e ativa. A única maneira efetiva de encorajar a leitura é fornecendo ótimos livros.

domingo, 17 de junho de 2012

Convite para o lançamento de "Tetraedro"

Por Guilherme

Recebi, do amigo Marcos Kirst, o convite para o lançamento da obra Tetraedro (Maneco, 2012), uma coleção de crônicas escritas por Lúcio Saretta, Tiago Marcon, Uili Bergamin e o próprio Kirst.
O lançamento com sessão de autógrafos ocorre no dia 05 de julho, às 19h30, no Aristos London House (térreo do Clube Juvenil, em Caxias do Sul).
O convite para o lançamento de Tetraedro está, desde já, feito aos leitores do blog, que podem aproveitar a oportunidade para conhecer e trocar ideias com importantes escritores da serra gaúcha.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Alfabetização Moral ou Como Fazer a Coisa Certa

Por Guilherme

Livros sobre teorias morais, em geral, são complicados e técnicos demais para que o público leigo se interesse pelo tema e, por isso, ficam restritos a filósofos e cientistas sociais. São poucos os que se aventuram a escrever um livro que conjugue o rigor do pensamento filosófico com a facilidade de entendimento de um livro destinado ao público geral. Um dos que fazem isso com maestria é Mark Rowlands, filósofo galês, autor de O Filósofo e o Lobo (já discutido aqui no blog). Outro escritor extremamente competente na tarefa de levar questões filosóficas para o público de não-filósofos é o professor de Rowlands, o inglês Colin McGinn.
    Há apenas um livro de McGinn publicado no Brasil, A Construção de um Filósofo: minha trajetória na filosofia do século XX (Record, 2004), mas a obra do filósofo é extensa e valorosa. Terminei, ontem, a leitura de Moral Literacy or How To Do The Right Thing (Hackett Publishing Company, 1992), um pequeno livro pelo qual esperei quase quatro meses (pela falta de exemplares nos distribuidores) e cujo conteúdo é uma aula de filosofia e de boa argumentação e organização do pensamento.
    McGinn trata de sete temas (animais, aborto, violência, sexo, drogas, censura e virtude) e, para sustentar cada discussão, o filósofo aplica o pensamento racional como seu guia. Assim, apesar da variedade de assuntos do livro, há em cada capítulo um apelo para o pensamento claro, livre de preconceitos, fantasias, superstições, tabus e tradições. Mcginn afirma que devemos usar para o pensamento racional o mesmo órgão que usamos para qualquer outro tipo de pensamento: a cabeça.
    O autor sustenta que a moralidade fixa limites para nossa liberdade pessoal, e harmoniza a questão do que eu quero fazer versus o que é bom para os outros. A moralidade, de maneira simples, pode ser considerada como algo que restringe nossa liberdade. Questões morais, assim, são questões que envolvem o quanto é razoável restringir a liberdade das pessoas de fazer o que elas querem.
    Logo no início, Mcginn deixa claro: ele não pretende que os leitores concordem com suas opiniões sobre todos os temas. Seu objetivo, ao invés disso, é fazer com o que o leitor possa articular seus pensamentos e justificar suas posições morais, criando aquilo que Mcginn chama de “inteligência moral”, uma habilidade necessária para a tomada de decisões cotidianas, sejam elas simples (devo comer carne?) ou complexas (o aborto é justificável?).
    Abaixo, alguns trechos da obra:

Se você quer saber se algum tipo de ação é certa ou errada, então você tem que perguntar como ela é para quem vai recebê-la. Você não pode somente olhar para como você se sente, o que você consegue com isso; você tem que considerar como ele se sente, as consequências de sua ação para ele.

Crueldade é crueldade – e uma mera diferença de espécies não a torna correta.

Alguns leitores podem estar imaginando, ceticamente, por que eles deveriam se importar em serem virtuosos. Por que não ser uma má pessoa? Que razão há para ser uma boa pessoa? A resposta é que não há uma resposta – ou nenhuma razão mais profunda, que vá além da tautologia ‘porque a bondade é boa’. A razão pela qual você deveria ser virtuoso e não maldoso é apenas que virtude é virtude, e maldade é maldade.

É importante saber ler e escrever. Também é importante ter alguma proficiência em matemática. Mas mais importante do que isso é a habilidade de chegar a juízos morais com informação e raciocínio. 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Para conhecer as questões ambientais

Por Guilherme

A Semana do Meio Ambiente passou, a Rio +20 se aproxima, e ambas são boas oportunidades para se discutir o que tem ocorrido com o meio ambiente e as perspectivas para a vida em nosso planeta nos próximos anos. Para isso, nada melhor do que estar munido com boa literatura sobre o assunto. Abaixo, algumas indicações de livros importantes para quem se interessa em saber um pouco mais sobre a temática ambiental.

Colapso: como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso, de Jared Diamond

Jared Diamond é um dos maiores intelectuais vivos, e sua obra abrange assuntos tão diversos quanto a fisiologia animal e a geografia. Em Colapso: como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso (Record, 2005 – com uma edição revista e ampliada em 2011), Diamond apresenta os caminhos que levam uma civilização à extinção, e o mau uso de recursos naturais se destaca por ser um fato comum para muitas civilizações antigas que colapsaram. Colapso fecha uma trilogia informal de Diamond, que começou com O Terceiro Chimpanzé (uma grande obra sobre a evolução de nossa espécie) e passou por Armas, Germes e Aço (um estudo sobre como as sociedades evoluíram). Dos três, Colapso é, sem dúvida, meu livro favorito.

A Criação: como salvar a vida na Terra, de Edward O. Wilson

Ciência e religião discordam em todos os aspectos referentes às origens do mundo e dos seres vivos, e da evolução da vida. De acordo com Wilson, as duas não devem ter nenhuma divergência sobre o cuidado com o nosso planeta e a garantia de um futuro tranquilo para a nossa espécie. Escrito em forma de uma carta dirigida a um pastor, A Criação: como salvar a vida na Terra (Companhia das Letras, 2008) minimiza as divergências entre as visões científicas e religiosas da vida e reconhece que somente a união de forças fará com que possamos reduzir a degradação ambiental.

A História Das Coisas: da natureza ao lixo, o que acontece com tudo que consumimos, de Annie Leonard

Poucos de nós sabem como as coisas que compramos são feitas, e o que acontece com elas depois de descartadas. O impacto do consumo desenfreado tem sido relacionado com a degradação ambiental há décadas, mas poucos livros são tão bem documentados e organizados como A História das Coisas (Jorge Zahar, 2011), de Annie Leonard, obra que, além de mostrar os efeitos do consumismo humano no meio ambiente, também aponta soluções para que a situação não se agrave em um futuro próximo.
OBS: o vídeo que originou o livro, The Story of Stuff, está disponível no Youtube. Para assisti-lo, clique aqui.

O Mundo Sem Nós, de Alan Weisman

O que aconteceria se, de uma hora para outra, a espécie humana desaparecesse do planeta? Uma tentativa de responder a essa pergunta foi feita pelo jornalista Alan Weisman em O Mundo Sem Nós (Planeta, 2007), um trabalho especulativo bastante interessante que mostra, essencialmente, o nosso impacto na natureza. Imaginar que uma cidade gigante, como Nova York, poderia colapsar dentro de poucos anos sem a interferência humana nos dá um indicativo do quanto poderosos somos.

domingo, 10 de junho de 2012

Os Livros Que Devoraram Meu Pai

Por Guilherme

Vivaldo Bonfim é um escriturário fascinado por livros. Seu trabalho, enfadonho e burocrático, não traz  a ele nenhuma alegria, e o homem recorre à leitura de clássicos para viajar e esquecer a triste rotina. O escriturário usa todo tempo que pode (inclusive em seu horário de expediente) para se perder em obras como Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (falecido recentemente) e A Ilha do Dr. Moreau, de H.G. Wells. E é na leitura de A Ilha do Dr. Moreau que Bonfim realmente se perde e some do mundo.
Elias, menino de doze anos e filho de Vivaldo, resolve assumir as buscas por seu pai. O método empregado é pouco comum: Elias vai à biblioteca particular do pai e mergulha nos livros apreciados por Vivaldo, na tentativa de tentar entender o que aconteceu com o pai.
    A busca empreendida por Elias Bonfim está retratada em Os Livros Que Devoraram Meu Pai (Leya, 2011), do português Afonso Cruz. A obra é de leitura rápida (tem 112 páginas), faz referências a grandes clássicos da literatura mundial e tem um enredo intrigante. Sua leitura não nos deixa dúvida de que as obras literárias podem influenciar fundamentalmente nossas vidas, para o bem ou para o mal.

domingo, 3 de junho de 2012

Conversando com Michael Shermer

Por Guilherme

Recentemente, falei aqui de Por Que As Pessoas Acreditam em Coisas Estranhas (JSN Editora, 2011), famoso livro de Michael Shermer sobre como caímos facilmente nas falácias das pseudociências. Shermer escreve para a Scientific American, onde mantém uma coluna sobre ceticismo, é fundador e editor da revista Skeptic, publicou vários livros sobre ciência para o público leigo no assunto e tem uma titulação acadêmica invejável.
    Entramos em contato com Shermer para saber sobre seus livros preferidos, suas leituras atuais e sobre a sua percepção da importância da leitura para nossas vidas. Com ele, abrimos um novo espaço no Página Virada, chamado Conversando com..., onde traremos opiniões de diversas pessoas sobre livros e leitura.
    Abaixo, as respostas de Michael Shermer:

Página Virada: O que você está lendo atualmente?
Michael Shermer: The Honest Truth About Dishonesty by Dan Ariely
Imagine by Jonah Lehrer
The Origins of Political Order by Francis Fukuyama
The Power of Habit by Charles Duhigg
Subliminal by Leonard Mlodinow
(obs: nenhum dos livros acima foi publicado no Brasil)

PV: Que livros o influenciaram?
MS: The Better Angels of Our Nature by Steven Pinker
Demon Haunted World by Carl Sagan
Full House by Stephen Jay Gould
The God Delusion by Richard Dawkins
(obs: dos livros acima, as obras de Sagan e Dawkins já foram publicadas no Brasil, com os títulos de O Mundo Assombrado Pelos Demônios e Deus, Um Delírio)

PV: Por que você pensa que é importante ler?
MS: Ler é provavelmente o elemento mais importante no arco do universo moral que nos leva à justiça, igualdade, liberdade e prosperidade. A leitura expande a mente, nos expõe ao novo conhecimento, a pessoas, lugares e ideias, e treina o cérebro para assumir a perspectiva do outro, que é a parte central da moralidade. A filosofia iluminista de que a educação é a salvadora da humanidade tornou-se realidade com o rápido aumento das taxas de alfabetização nos últimos dois séculos. A internet vai ampliar as fronteiras literárias para o mundo inteiro até que, em breve, todo o conhecimento estará disponível gratuitamente para todas as pessoas, em todos os lugares do planeta.