sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Michael Shermer no Fronteiras do Pensamento

Por Guilherme

Você me diz que o Pé-Grande existe, e eu digo: ‘legal, onde está o corpo?’; você me diz que descobriu a cura para a AIDS, e eu te pergunto: ‘ótimo, mostre-me seus resultados’; você me diz que foi abduzido por alienígenas, e eu digo: ‘legal, posso ver o que você trouxe da nave?’

O espírito cético esteve presente na conferência apresentada pelo psicólogo e historiador da ciência Michael Shermer no Fronteiras do Pensamento. Espírito no sentido de “ideia, essência”, claro, pois o espírito tradicionalmente concebido pelas pessoas é, na opinião de Shermer, o próprio cérebro.
        Com um grande senso de humor e um raciocínio claro, Shermer apresentou suas ideias sobre como as pessoas formam seu sistema de crenças, assunto que o autor trata em seu último livro publicado aqui no Brasil, Cérebro & Crença: de fantasmas e deuses à política e às conspirações – como nosso cérebro constrói nossas crenças e as transforma em verdades (JSN, 2012). Baseando-se em estudos de psicologia e neurociência, Shermer argumentou que nosso cérebro é moldado para gerar crenças, juntando fatos e informações sensoriais desconexos, que resultam no absurdo de aceitar bobagens como a clarividência. Depois que começamos a acreditar em algo, elaboramos explicações para justificar isso, e assim mantemos nossa convicção em determinadas ideias.
        Ser cético, ao contrário do que muita gente pensa, não é negar a possibilidade do conhecimento e ser contrário a qualquer ideia. O ceticismo exige embasamento, evidência e argumentação sólida para que se aceite o novo conhecimento. Assim, se você pensa que fantasmas devem existir por causa das milhares de fotos borradas que circulam pela internet, talvez seja uma boa ideia refinar seu senso crítico.
        Um exemplo interessante de como se pode testar uma ideia foi o trabalho de Emily Rosa sobre o toque terapêutico, resumido por Shermer na conferência. O toque terapêutico é uma prática que tem por base os “chacras” corporais, locais por onde se afirma que nossa energia flui. Consequentemente, se estamos com dores em algum ponto do corpo, ou temos outros problemas mais graves, isso se deve à falta de fluxo da energia, que pode ser resolvida quando um “especialista” posiciona a mão acima do ponto onde se localiza o chacra, e faz a energia fluir, sem encostar no paciente, como se fosse uma “massagem à distância”. A ideia foi testada cientificamente por Emily, uma aluna da quarta série do Ensino Fundamental, através de um experimento muito bem elaborado, no qual foram submetidos 21 praticantes do toque terapêutico. Sem qualquer surpresa, os “especialistas” se saíram muito mal, e a menina, então com 11 anos, teve seu trabalho publicado em um dos mais importantes jornais da área médica. (clique aqui para saber mais sobre o experimento de Emily Rosa, e aqui para ver como a menina cresceu, uma sólida evidência contra qualquer cético que afirme não existir beleza na ciência)
        Shermer citou os trabalhos de Daniel Simons sobre a cegueira por desatenção (para quem não sabe do que se trata, clique aqui e veja o vídeo original da pesquisa de Simons), de Bruce Hood, sobre a essência em objetos (você vestiria a camisa  que foi usada por um serial killer no dia em que ele cometeu um crime?), e de Peter Brugger, sobre a influência da dopamina em nossas percepções sensoriais.
        No final de sua apresentação, Shermer respondeu a questões da platéia sobre religião, educação, Fritjof Capra e o poder da intuição como forma de adquirir conhecimento. Sobre o último tema, o conferencista afirmou que não podemos confiar plenamente em nossa intuição, porque muitas vezes ela está errada, carregada de preconceitos e más concepções sobre o mundo ao nosso redor.
        Em que acreditar, então? Em Cérebro & Crença, Shermer nos mostra o caminho mais seguro:
        “Eu também acredito que a verdade está lá fora, mas ela raramente é óbvia e quase nunca é infalível. Aquilo em que quero acreditar com base nas emoções e aquilo em que devo acreditar com base em evidências nem sempre coincidem. Sou cético não porque não queira acreditar, mas porque quero saber. Como saber a diferença entre o que gostaríamos que fosse verdade e o que é de fato verdade?.
        A resposta é: ciência. Vivemos na era da ciência, na qual se espera que as crenças sejam fundamentadas em sólidas evidências e dados empíricos.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Uma boa educação

Por Guilherme

Encerrando seu ótimo Ensine Ciência a Seu Filho (JSN, 2011), Michael Shermer cita o poeta e ensaísta inglês Joseph Addison, em uma passagem sobre educação. Se nós todos tivéssemos essa mesma percepção sobre a importância e a influência da educação em nossa vida, estaríamos a caminho de um mundo ideal.

A educação é uma companhia que nenhuma infelicidade pode abater, nenhum crime pode destruir, nenhum inimigo pode alienar, nenhum despotismo pode escravizar. Em casa é um amigo, no exterior uma introdução, na solidão um consolo, e na sociedade um ornamento. Ela castiga o vício, guia a virtude e dá, de uma vez, graça e governo ao gênio. Sem ela, o que é um homem? Um escravo esplêndido, um selvagem dotado de razão.

sábado, 25 de agosto de 2012

Os maiores livros de divulgação científica

Por Guilherme

A revista New Scientist, com o auxílio de cientistas e escritores, fez uma lista dos 25 livros de divulgação científica mais influentes de todos os tempos. A ideia é selecionar 10 obras entre as 25, e assim apontar quais são os livros de divulgação científica de maior impacto na ciência e na sociedade (o que, obviamente, é algo extremamente discutível).
        Meus votos (apesar de não ter lido todos os livros da lista): Uma Breve História do Tempo (Stephen Hawking), Um Ensaio Sobre o Princípio da População (Thomas Malthus), Armas, Germes e Aço (Jared Diamond), Princípios de Geologia (Charles Lyell), A Dupla Hélice (James Watson), O Macaco Nu (Desmond Morris), O Gene Egoísta (Richard Dawkins), O Que É Vida? (Erwin Schrödinger), Primavera Silenciosa (Rachel Carson) e, principalmente, A Origem das Espécies (Charles Darwin). Tiraria da lista o livro de James Lovelock, Gaia, e acrescentaria Cosmos ou O Mundo Assombrado Pelos Demônios, ambos de Carl Sagan.
        Para conferir a lista da New Scientist, clique aqui.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Simon Blackburn no Fronteiras do Pensamento

Por Guilherme

Na última segunda-feira, dia 20, o Salão de Atos da Reitoria da UFRGS recebeu o filósofo inglês Simon Blackburn, um dos mais destacados pensadores contemporâneos. A conferência de Blackburn, chamada “As Grandes Questões da Filosofia”, abordou temas diversos como o livre-arbítrio, o egoísmo, o bem e o mal e a importância do ensino da filosofia nas escolas.
        Sobre a questão do egoísmo e do altruísmo, Blackburn afirmou que as pessoas não são tão simples a ponto de poderem ser consideradas como pertencentes a uma categoria ou a outra. Ao tratar do tema, Blackburn citou o candidato a vice-presidente do partido republicano dos EUA, Paul Ryan, e sua paixão pelo trabalho da escritora Ayn Rand, especialmente A Revolta de Atlas, uma defesa da busca do interesse próprio e do egoísmo como virtude suprema.  Não podemos enxergar as coisas mundanas como eternas dicotomias, especialmente em áreas como a política e a educação. Um político defensor da “filosofia” do objetivismo de Rand é sempre uma aposta perigosa.
        Boa parte da conferência de Blackburn se baseou em seu livro Philosophy: the big questions (Quercus Publishing, 2009), e um dos pontos mais interessantes tratados por Blackburn foi a questão do livre arbítrio, assunto polêmico que está na roda de discussões científicas e filosóficas atuais. A tendência científica é afirmar que não temos o que chamamos tradicionalmente de livre-arbítrio, mas, para Blackburn, é importante refletir muito mais a respeito do tema. Para ilustrar a questão de até que ponto somos responsáveis pelo que fazemos, o filósofo inglês usou um exemplo extraído da antiga legislação criminal inglesa: se precisamos decidir se um criminoso tem problemas mentais e, assim, tem sua responsabilidade diminuída ao cometer algum delito, devemos nos perguntar “ele teria feito isso se houvesse um policial o observando de perto?”. Se a resposta fosse “sim”, provavelmente o indivíduo em questão não é tão responsável pelo que faz. Novamente, a questão não é simples, pois muitas pessoas liquidam o saldo do cartão de crédito mesmo sabendo que a falência financeira as acompanha de perto.
        Falando sobre o bem e o mal, Blackburn trouxe um jogo de raciocínio clássico: para consideramos algo bom, pensamos que esse algo é bom por ter valor em si mesmo, ou é bom porque foi determinado por Deus? Se formos adeptos da primeira opção, podemos seguir um linha moral não associada à qualquer religião.
        O conferencista também tratou de educação, e afirmou estar feliz por saber que no Brasil a filosofia é uma matéria escolar (talvez não ficasse muito animado se soubesse como o assunto é tratado nas escolas). Usando o exemplo de sua própria filha ao falar do necessário estímulo ao conhecimento que os professores devem dar aos alunos, Blackburn não hesitou: precisamos estudar as disciplinas técnicas, mas não podemos esquecer da filosofia. A biologia, a química, a matemática e a física nos fornecem respostas para boa parte daquilo que buscamos. Para muitos outros assuntos, a filosofia é indispensável.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Conversando com Nikki Stern

Por Guilherme

A americana Nikki Stern escreve regularmente para alguns dos principais jornais e revistas de seu país, como o The New York Times, a Newsweek e a excelente The Humanist. Seu primeiro livro, Because I Say So: the dangerous appeal of moral authority (Porque sou em quem diz isso: o perigoso apelo da autoridade moral, sem edição no Brasil), trata do perigo a que estamos expostos quando substituímos a razão pelos pensamentos falhos, sem embasamento ou vindos de falsas autoridades (nesse grupo você pode incluir celebridades, líderes "espirituais", militantes políticos, etc. etc. etc.). O segundo livro de Stern é Hope in Small Doses (Esperança em pequenas doses, sem edição brasileira), uma discussão sobre a possibilidade de alguém ter esperança e enfrentar a adversidade sem apegar-se a pensamentos mágicos.  A autora, que perdeu o marido no atentado ao World Trade Center em 11 de setembro de 2011, tirou da tragédia a inspiração para escrever as duas obras.
Entramos em contato com Nikki, que gentilmente respondeu aos nossos questionamentos sobre os seus livros preferidos, a importância da leitura e o papel do pensamento crítico na nossa vida cotidiana.

Página Virada: O que você está lendo agora?
Nikki Stern: No momento, estou lendo The Lost Memory of Skin, de Russell Banks. É um livro sobre um tema difícil – predadores sexuais – mas traz também um olhar excelente sobre o péssimo modo com que o sistema americano funciona. E é de Russell Banks, o que significa um realismo evocativo.

PV: Quais livros a influenciaram?
NS: Eu leio muito. É difícil de dizer, e pode ser mais fácil mencionar alguns autores. Kurt Vonnegut foi uma grande influência em minha mente, e também na minha escrita; Alice Hoffman (amo seu estilo sonhador); Mark Twain (estou me preparando para reler muitas de suas coisas) e, mais recentemente, Rebecca Skloot (The Immortal Life of Henrietta Lacks – obs: obra publicada no Brasil como A Vida Imortal de Henrietta Lacks, pela Companhia das Letras) porque ela faz a não-ficção e a ciência realmente interessantes de se ler.

PV: Por que você pensa que é importante ler?
NS: A leitura abre sua mente e traz o mundo até você. Ela fomenta a curiosidade e faz com que você queira conhecer mais. Enquanto você for curioso, você estará interessado na vida, não importa o quão difícil ela se torne.

PV: É possível fazer com que as pessoas leiam mais? Como podemos fazer isso?
NS: Creio que você tem que ensinar às crianças o valor e o poder não só da informação, que você pode conseguir na internet, mas das palavras. Nas mãos de um habilidoso autor ou orador, as palavras podem influenciar, iluminar, entreter e questionar. O ato de ler é fácil, de amplo acesso, é incrivelmente libertador e te dá uma vantagem sobre os não-leitores. Eu admito que não entendo as pessoas que dizem não terem tempo para ler, pois essa tem sido minha atividade preferida por quase toda a minha vida.

PV: Você escreve para a The Humanist, uma revista que lida com o livre pensamento e a racionalidade, coisas que estão se perdendo em nossa sociedade nos dias atuais. Por que você acredita ser importante encorajar o pensamento crítico?
NS: É importante que nós, humanos, reconheçamos tanto nossas forças quanto nossas limitações. Umas delas é a inabilidade para conhecer algo com absoluta certeza, especialmente quando estamos lidando com as grandes questões. Em outras palavras, quanto maior a questão (“qual é o sentido da vida” versus “o quanto de sono é bom para mim?” – essa última você provavelmente responderia com alguma segurança), menos nós podemos estar absolutamente certos de que conhecemos a resposta. A outra é que nossos cérebros algumas vezes cometem erros. Nós nos enganamos, cometemos erros cognitivos. Novamente, não somos perfeitos. Mas não há problema nisso.
        O pensamento critico ajuda você a navegar pelas toneladas de informação que chegam até você para, primeiro, priorizar, e, segundo, reexaminar e refletir. Nós automaticamente mensuramos as novas informações, especialmente aquelas que se referem a nossas crenças estabelecidas, contra essas crenças, mas isso não é bom o suficiente para dizer “sim, estou de acordo”, ou “não, não é assim”. Nós não aprendemos nada dessa maneira, e assim não crescemos ou evoluímos. Me considero uma pessoa progressista e, assim, apoio a evolução. Tenho confiança suficiente, tanto na ordem natural das coisas quanto nos humanos, para crer que a evolução humana geralmente ocorrerá em uma direção positiva. Creio em regras e limites; penso que isso ajuda a sociedade a trabalhar de modo mais coeso. Mas acredito, do fundo do coração, que as crianças deveriam ser ensinadas a pensar com cuidado e, sim, a questionar educadamente antes de aceitar algum conceito, ideia ou crença somente porque eles ouviram de seus amigos ou parentes, ou leram sobre isso na internet. O partido político no Texas que se posicionou, em sua plataforma, contra o ensino do pensamento crítico em escolas (dá para acreditar nisso?) porque ele ensina as crianças a “questionar a autoridade”, está vindo de um lugar cheio de medo e retrocesso. Ele teme a mudança e aparentemente não confia que as pessoas, mesmo as crianças, possam evoluir. Isso é triste e limitante.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Terráqueos

Por Guilherme

Há mais ou menos oito anos, quando eu estava na graduação, ouvi pela primeira vez a expressão “tirania do olhar”. Não sei quem a cunhou, mas ela se refere ao fato de nos preocuparmos primariamente com aquilo que vemos, e não darmos muita importância ao que foge de nosso olhar. Hoje, não consigo ver exemplo maior da “tirania do olhar” do que o nosso desinteresse pelo modo como tratamos os animais não-humanos.
        Para reduzir o entorpecimento que a distância do problema causa em nossas ações, é importante conhecer com maior detalhe muitas das coisas que não queremos ver. O documentário abaixo, intitulado Earthlings (Terráqueos) serve muito bem para isso. As imagens são fortes, revoltantes, e, infelizmente, reais. O que pode ser visto no filme é uma ínfima parte do sofrimento que nossa espécie causa às demais todos os dias.
        Ao ver o filme (e recomendo fortemente que você o assista), lembre-se das palavras do filósofo inglês Jeremy Bentham: “A questão não é ‘eles podem raciocinar?’, nem ‘eles podem falar’? A questão é: eles podem sofrer?


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Por Que Cometemos Erros?

Por Guilherme

Há alguns meses, quando eu voltava de uma caminhada com meus cães, na companhia de minha irmã, segurei as coleiras bem firmes quando vi o que parecia ser um cachorrinho preto a cerca de 30 metros de onde estávamos. Comentei com a Natália que era melhor esperar o cachorro preto sair do meio da rua para passarmos, porque a Nana fica irritada quando encontra outro de sua espécie que não seja seu conhecido. Minha irmã concordou, mas disse que poderíamos caminhar devagar, que assim o cachorrinho se espantaria e fugiria ao encontrar os nossos cães. Nos aproximamos uns poucos metros, e o que parecia ser um cão agora se assemelhava a um gato. “Pior ainda”, pensei, “vamos ter que voltar e afastar os cachorros daqui.” Então minha irmã comentou: “Não, não é um gato, é um saco preto de lixo que está no meio da rua. Vamos andando.” Voltamos a caminhar, e o que inicialmente era um cachorro, depois um gato, e agora parecia um saco de lixo era, na verdade, a bota de um homem. E, por incrível que pareça, a bota não estava largada no meio da rua. O homem estava de pé, parado, com uma roupa cuja cor se confundia com a do calçamento naquele início de noite. Ficamos impressionados com o fato de termos reparado apenas no que víamos no chão, e deixamos de reparar que aquilo era parte de algo maior, nesse caso um ser humano.
        “A maioria das pessoas é capaz de ver, mas não sabe observar”, teria dito o médico escocês Joseph Bell, inspiração para Conan Doyle criar o famoso detetive Sherlock Holmes. De fato, é muito comum percebermos apenas parte de alguma situação quando tentamos captar seu panorama geral. Muitas vezes, perdemos detalhes fundamentais: a pessoa que usa a bota, o carro que está vindo em nossa direção quando atravessamos a rua, o cabelo que nossa namorada cortou há dois dias, a informação contida no parágrafo que acabamos de ler, etc.
        Por Que Cometemos Erros? Como olhamos sem ver, esquecemos as coisas em segundos, e temos a absoluta certeza de estarmos acima da média, de Joseph T. Hallinan (Globo, 2009), é uma obra indicada para quem pretende conhecer um pouco mais sobre como mecanismos biológicos e aspectos culturais nos predispõem a cometer erros. Da incapacidade de observar o que está na frente de nosso nariz à superestimação de nossas reais capacidades, uma coisa é certa: fomos feitos para errar. E muito.

domingo, 5 de agosto de 2012

Leia mais, seja mais

Por Guilherme

O Ministério da Cultura e a Biblioteca Nacional estão lançando a campanha “Leia Mais, Seja Mais”, parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), que tem por objetivos aumentar os índices de leitura no Brasil e valorizar o ato de ler.
Mais informações sobre a louvável iniciativa podem ser encontradas no site do PNLL, e o vídeo de divulgação da campanha pode ser visto abaixo.
E você? Tem feito algo para incentivar ou valorizar a leitura e a busca do conhecimento?

sábado, 4 de agosto de 2012

Os talentos literários da serra gaúcha


Por Guilherme

Em uma das crônicas de Tetraedro (Maneco, 2012), Uili Bergamin relata a conversa que teve com uma moça que foi à Biblioteca de Caxias do Sul com um livro específico em mente. Quando soube que seu autor era um escritor local, desistiu:
Poeta da nossa terra? Eu não sabia... Pensando bem, acho que vou levar um da Nora Roberts.

Existem escritores muito bons na serra gaúcha, apesar de que seus trabalhos são desconhecidos por muitos ou não valorizados adequadamente. Aqui temos poetas, romancistas e autores de crônicas e ensaios muito habilidosos, mas que pelo simples fato de serem gaúchos, e da serra, são subvalorizados em relação aos que aparecem na grande mídia ou nas listas de bestsellers.
     Marcos Kirst, Uili Bergamin, Gilmar Marcilio, Maristela Deves, Lúcio Saretta, Tiago Marcon, Helô Bacichette e Flávio Ferrarini são alguns de nossos  grandes talentos literários. Há vários outros, e uma parte deles ainda não teve a chance de publicar. Nosso papel, como leitores, é prestigiá-los, não pelo fato de serem autores da serra gaúcha, mas pela qualidade de seus escritos.