sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Devo comer carne?

Os arquivos filosóficos (Martins Fontes, 2010), de Stephen Law, é uma obra preciosa para quem gosta de pensar nas chamadas grandes questões da vida. Perguntas como “Deus existe?”, “De onde vem o certo e o errado?”, “Será que é possível pular no mesmo rio duas vezes?” são apresentadas e discutidas por Law em um estilo muito prazeroso de se ler, livre de jargão técnico e fácil de ser entendido mesmo por quem nunca leu qualquer texto filosófico.
Apresento abaixo a parte inicial do primeiro capítulo do livro, no qual Law discute aquele que é considerado um dos maiores problemas éticos contemporâneos por autores como Peter Singer e Mark Rowlands: o uso de animais em nossa alimentação. A questão “por que é errado matar e comer animais humanos, mas não é errado matar e comer animais não-humanos?”, afinal, não admite uma resposta tão simples como a maioria de nós é tentada a pensar.


Devo comer carne? (de Os arquivos filosóficos)

A história de Errol, o explorador

Errol era um explorador. Adorava navegar pelos mares em busca de novas terras.
        Em uma de suas viagens para o norte, não muito longe de onde começam as geleiras, ele descobriu uma pequena ilha montanhosa coberta por uma floresta. Decidiu abandonar a tripulação no navio e, a bordo de um pequeno bote, remou sozinho até a praia.
        Errol levou provisões consigo: limonada e sanduíches. Naquela noite, dormiu à beira-mar em uma rede que pendurou entre dois grandes pinheiros.
        No dia seguinte, Errol entrou na floresta. Após mais ou menos uma hora de caminhada, começou a ver sinais de vida humana. Havia clareiras na mata e áreas de queimadas que lembravam antigas fogueiras de acampamentos. Errol ficou animado com a perspectiva de descobrir uma nova tribo.
        Finalmente, depois de sete horas, chegou a uma clareira maior. Nela, havia três pessoas vestidas de maneira estranha.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A influência da televisão na formação das crianças

Não há qualquer novidade em lermos objeções quanto ao papel de programas televisivos na formação intelectual de crianças. Normalmente, as principais críticas dizem respeito à baixa qualidade da programação oferecida, refletida nos muitos programas de teor erótico ou violento, no linguajar inadequado e nas diversas situações constrangedoras exibidas (como as que podem ser vistas a qualquer minuto em novelas da Globo). O filósofo espanhol Fernando Savater, inspirado nos escritos do americano Neil Postman, apresenta ideias diferentes em O valor de educar (Planeta, 2012). Segundo Savater, o maior malefício que a grande exposição a programas televisivos causa às crianças é a simplificação e o encurtamento de algumas etapas de seu processo de aprendizagem. O texto abaixo é um trecho de O valor de educar, no qual Savater explica com detalhes a sua posição a respeito da influência da TV na formação das crianças: