quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Leituras recomendadas

Por Guilherme

O jornalista e escritor Marcos Kirst, patrono da Feira do Livro de Caxias do Sul de 2010, mantém o blog Futilidades Literais, no qual reproduz os textos que publica em jornais da serra gaúcha. Recomendo a leitura de suas crônicas, especialmente as últimas, que tratam do (mau) comportamento humano em situações cotidianas.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Obsessão

Por Natália

Makedde Vanderwall sobreviveu ao ataque de um serial killer quando morava na Austrália. Agora, de volta ao Canadá, Makedde tenta esquecer (ou entender) o que aconteceu com ela. Ela ocasionalmente trabalha como modelo (sua profissão na Austrália), mas dedica-se intensamente a estudar psicologia forense e distúrbios como a psicopatia. O estudo, porém, não parece ajudá-la a superar seu trauma, já que ela tem sonhos constantes com a tragédia por que passou e consegue dormir apenas poucas horas por noite.
Quando está em um congresso sobre psicopatia na universidade em que estuda, Makkede é surpreendida pelo aparecimento do detetive australiano Andy Flynn, que a salvou do serial killer e com quem, pouco antes desse incidente, havia tido um rápido relacionamento romântico. A presença de Andy faz com que Makedde reviva todas as suas memórias sobre o episódio e fique ainda mais perturbada.
A chegada do detetive australiano também complica a vida de Makedde de outra forma: ela agora está quase engatando um romance com Roy Blake, que trabalha como segurança da universidade, mas ainda gosta muito de Andy.
O que a garota ainda não sabe é que, nos arredores da universidade, um serial killer tem atacado jovens estudantes, as quais assassinou depois de simular, com cada uma, caçadas nos densos bosques da região. A polícia, que vem investigando o caso e se surpreendendo com a crueldade do criminoso, desconfia que ele tem alguma ligação com a universidade, já que todas as suas vítimas eram alunas.
Obsessão (Editora Fundamento, 2010), de Tara Moss, uma modelo-escritora de beleza estonteante, traz duas tramas paralelas, que posteriormente se fundem: a luta de Makedde para superar seus traumas e as estratégias do serial killer para capturar e matar suas vítimas. É uma obra de leitura simples e rápida, ainda que não tenha o mesmo ritmo de outros romances de suspense recentemente lançados (como O Código da Vinci, por exemplo). Obsessão é um livro com reviravoltas interessantes e várias surpresas e consegue atrair os leitores acostumados a bons mistérios.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mentirinhas Inocentes

Por Natália

Cansada da vida que levava em Bath, na Inglaterra – tinha um trabalho de que não gostava e um namorado de cuja fidelidade há muito estava desconfiada –, Natalie Raglan muda-se para Londres, onde almeja experimentar muitas aventuras. Ainda que fascinada pela atmosfera de modernidade e glamour de Londres, Natalie decepciona-se quando percebe que, para sobreviver na metrópole, precisará trabalhar numa loja de roupa e que seus fins de semana e noites nessa cidade não estão tão movimentados assim. Natalie passa a invejar a antiga moradora de seu apartamento, chamada Cressida Langton. Cressida recebe muitas cartas (algumas vindas das casas noturnas mais badaladas de Londres) e muitos telefonemas e, por isso, parece ser uma pessoa muito popular. Curiosa, Natalie abre algumas dessas correspondências e imagina como Cressida deve ser moderna e descolada.
Uma noite, bêbada, Natalie abre outra carta para Cressida e depara-se com o que lhe parece ser a mensagem de uma agência de encontros. A carta pede que Cressida contate um tal Simon Rutherford, e é o que Natalie acaba fazendo. Porém, Natalie diz a Simon que seu nome é Cressida Langton. Logo, ela percebe que Cressida, Simon e as outras pessoas que conheceu em Londres circulam por praticamente os mesmos lugares, e vê-se em apuros para que aqueles que a conhecem por Cressida não descubram sua verdadeira identidade.
Os mal-entendidos protagonizados por Natalie Raglan são o tema de Mentirinhas inocentes: uma história de amor e boas intenções (Editora Record, 2007), de Gemma Townley. A autora, irmã de Sophie Kinsella, outro grande nome da chamada chick lit (literatura de garota), desenvolve uma obra graciosa, cheia de reviravoltas e romance, como todo bom livro desse gênero. Mentirinhas inocentes é um livro que, apesar de retomar alguns clichês, é agradável, divertido, e nos faz torcer para que a protagonista tenha um merecido final feliz.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A Era da Empatia

Por Guilherme

Perguntado por uma revista religiosa o que mudaria na espécie humana se fosse Deus, o primatólogo holandês Frans de Waal respondeu: “Se eu fosse Deus, me esforçaria para que os humanos alcançassem a empatia.” A empatia é definida como a capacidade de um indivíduo de ser afetado pelo estado emocional de outro e se identificar com ele, adotando a sua perspectiva.
De Waal estuda os grandes primatas há muito tempo. Convivendo com chimpanzés e bonobos, ele observou que a vida desses animais não se resume a competição por recursos e interações agressivas. De fato, esses primatas, nossos parentes mais próximos, passam a maior parte de suas vidas interagindo de maneira pacífica e colaborativa com seus companheiros de grupo, o que requer que esses animais tenham algum grau de entendimento do estado emocional dos outros. Consequentemente, a empatia não é uma característica exclusiva de nossa espécie.
A busca pelas origens da empatia e as consequências dessa condição para os seres humanos são os assuntos tratados pelo autor em A Era da Empatia: lições da natureza para uma sociedade mais gentil (Companhia das Letras, 2010). Buscando exemplos do comportamento emocional dos animais, outrora um pecado dentro do ramo das ciências comportamentais, o primatólogo mostra que existem traços de empatia mesmo em seres distantes de nós no ramo evolutivo.
Uma das histórias mais impressionantes narradas por de Waal é a do gato Oscar, que reside em uma clínica geriátrica nos Estados Unidos. Oscar costuma passear de quarto em quarto, cheirando os pacientes, e quando percebe que um deles está prestes a morrer, o bichano permanece no quarto, ronronando, deitado ao lado do paciente. Oscar se retira somente após a morte da pessoa. As previsões do felino têm sido tão certeiras que se considera que ele é capaz de prever a morte com mais precisão do que especialistas humanos. Algumas pessoas interpretam o comportamento de Oscar como uma espécie de assistência aos pacientes. De Waal considera duas possibilidades: ou o gato tenta reconfortar a si mesmo, pois se sente perturbado pelo que está ocorrendo com os pacientes, ou ele tenta reconfortá-los. O holandês não sabe qual é a resposta certa para esse comportamento desconcertante do felino, mas crê ser um erro desconsiderar que ele possa estar relacionado à empatia.
A Era da Empatia é um grande livro sobre as origens evolutivas do comportamento humano. Mais do que isso, é uma obra que nos mostra como é importante olhar com cuidado para nossos companheiros animais e humanos.

Para quem quiser conhecer mais sobre o autor e algumas das histórias narradas no livro, vale a pena dar uma conferida nos links abaixo:

- Site do autor (em inglês)
- Artigo publicado no periódico The New England Journal of Medicine, sobre o gato Oscar (em inglês)
- Notícia publicada em O Globo, sobre o gato Oscar

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A Dama do Lago

Por Natália

O detetive particular Philip Marlowe é contratado para investigar o desaparecimento de Crystal Kingsley, uma mulher rica e irresponsável conhecida por suas escapadas amorosas. Seu marido, Derace Kingsley, teme que o caso se transforme num escândalo, ainda mais porque, recentemente, recebeu um telegrama de Crystal anunciando-lhe que se divorciaria dele para se casar com outro homem, chamado Chris Lavery. Ao procurar Lavery, um garotão que sobrevive de namoricos com mulheres da alta sociedade, Marlowe descobre que ele não havia fugido com Crystal e que não iria se casar com ela.
Algum tempo depois, uma triste notícia parece relacionar-se ao caso: num resort chamado Little Fawn Lake, onde Crystal teria sido vista pouco antes de seu desaparecimento, um corpo de mulher é encontrado no fundo de um lago. Atribui-se o corpo à esposa do zelador do resort, e a polícia passa a cogitar a possibilidade de a morte e o desaparecimento estarem relacionados.
Marlowe descobre que a mulher do zelador já havia sido casada com um dos policiais que investigam o caso. Coincidentemente ou não, esse policial tem feito de tudo para atrapalhar o trabalho do detetive particular. Agora, Marlowe já tem uma lista de suspeitos a considerar.
A Dama do Lago (Editora L&PM, 2002), originalmente publicado em 1943, é uma das grandes obras de Raymond Chandler e um importante romance do gênero policial. Com esta e outras obras, Chandler inspirou vários autores desse gênero, especialmente através de seu principal personagem, Philip Marlowe, um detetive irônico, despreocupado e por vezes grosseiro. A Dama do Lago traz uma série de pequenos enigmas a serem resolvidos por Marlowe e pelo leitor para que, no final, se chegue ao assassino da esposa do zelador e à solução do desaparecimento de Crystal Kingsley. É um livro que prende e faz com que o leitor elabore sua própria explicação para o mistério.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Samantha Sweet, executiva do lar

Por Natália

      Samantha Sweet é uma advogada que trabalha dia e noite numa empresa. Sem tempo para a família, para os amigos e muito menos para possíveis pretendentes, Samantha prepara-se para disputar uma promoção na empresa – e imagina que provavelmente será ela quem ganhará o cargo.
      No entanto, a descoberta de documentos com alguns prazos (que ela deveria ter cumprido) faz com que Samantha se dê conta de que seu sonho de ascender na empresa está arruinado.
      Desesperada, Samantha foge do local sem conversar com ninguém, pega um trem e vai parar na zona rural da Inglaterra. Com muita dor de cabeça e há muito tempo sem comer, bate à porta de uma mansão – e é confundida com uma candidata a empregada doméstica. Os donos da casa se impressionam com a educação e a esperteza de Samantha e mal conseguem crer que ela está se candidatando ao cargo. Na verdade, Samantha está com tanta dor de cabeça que pretende esclarecer a confusão somente no dia seguinte, já que agora ela precisa dormir.
      No outro dia, porém, percebe que não pode voltar à empresa, pois é a responsável por uma enorme perda de lucro, e, assim, decide aceitar o emprego oferecido pelo excêntrico casal Geiger. Agora, Samantha, que quase nem consegue lavar a louça, tem que cuidar da imensa residência da família.
      Samantha Sweet, executiva do lar (Editora Record, 2007), de Sophie Kinsella, arranca muitas risadas dos leitores (principalmente das leitoras, já que é uma obra dirigida especialmente ao público feminino) ao narrar as peripécias de Samantha como executiva e empregada doméstica. As manobras feitas pela personagem principal para convencer a patroa de que realmente é uma empregada são um dos pontos fortes da trama bem como as maneiras encontradas por ela para fazer com que seus novos chefes não descubram o verdadeiro motivo de ela estar aí. É um livro engraçado, leve e espirituoso.

Péssima notícia: população humana é de quase 7 bilhões

Por Guilherme

A edição de janeiro da National Geographic brasileira traz uma reportagem interessante e, ao mesmo tempo, extremamente preocupante. De acordo com a matéria, a população mundial chegará aos 7 bilhões de pessoas em 2011. As consequências disso são há muito discutidas, e exemplos recentes dos impactos de um mundo superpopuloso são mostrados na National. A reportagem está disponível no site da revista, e você pode acessá-la aqui.
Para quem quiser acompanhar o crescimento populacional humano em tempo real, vale a pena acessar o site US & World Population Clock, onde é possível ver um relógio com a estimativa da população dos Estados Unidos e do mundo. A cada atualização da página, o número aumenta. A pergunta, bastante pertinente, feita pela National Geographic é: o planeta vai conseguir sustentar tanta gente?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Por que ler os clássicos?

A revista Vida Simples, em sua edição virtual, traz uma reportagem sobre a influência da leitura das obras clássicas de Shakespeare, Machado de Assis, Cervantes, entre outros. Um dos entrevistados, ao falar sobre a leitura de textos de Proust, demonstra exatamente o que acontece conosco quando estamos na companhia de um grande livro: "...mas era delicioso parar em alguns momentos e ficar apenas pensando no que tinha acabado de ler."

A matéria pode ser lida aqui.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Travessuras da Menina Má

Por Natália

     
      Ainda na adolescência, o peruano Ricardo Somocurcio se apaixona por uma garota chamada Lily, uma chilena de família rica que mora em Lima. Logo, porém, descobre que a menina não era chilena nem rica e que seu nome provavelmente não é Lily. Alguns anos depois, Ricardo realiza seu sonho de infância – morar em Paris, onde trabalha como tradutor e intérprete para a Unesco – e quase se esquece da garota que o havia deixado tão encantado. Porém, em Paris, a garota ressurge e novamente encanta Ricardo. A jovem, agora com outro nome, é apelidada por Ricardo de Menina Má, pois é esperta, sedutora e tem a incrível habilidade de ascender socialmente por meio de matrimônio com homens relativamente endinheirados.
      Em Travessuras da Menina Má (Editora Alfaguara, 2006), de Mario Vargas Llosa, acompanhamos os encontros e desencontros de Ricardo e da Menina. Ele sente sua paixão crescer cada vez que ela reaparece; ela ironiza a devoção de Ricardo, chamando-o de “bom menino” e “coisinha à toa” (pichiruchi, no original em espanhol) e pedindo-lhe constantemente que lhe dirija declarações de amor cafonas.
      A Menina Má trata Ricardo com indiferença, ainda que sempre permita que ele a procure (ela também chega a contatá-lo esporadicamente). Em Lima, Paris, Londres, Tóquio e Madri, as vidas da Menina Má e de Somocurcio se entrelaçam, e os dois (pelo menos ele) vivem uma história de amor pouco convencional.
      Travessuras da Menina Má é uma das obras de grande repercussão de Vargas Llosa, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 2010. O romance descreve com riqueza de detalhes todos os encontros de Ricardo com a Menina Má, o que pode se tornar um tanto maçante para os leitores que apreciam obras movimentadas e cheias de ação. O ponto alto da obra são os cenários onde se desenrola a trama – os conflitos políticos de Lima, o charme de Paris, o movimento hippie de Londres, as máfias em ascensão de Tóquio e a efervescência cultural de Madri são o tempero do livro.
      Vargas Llosa já foi assunto deste blog (leia aqui).

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A Literatura é capaz de transformar o seu mundo?

A literatura é capaz de transformar o seu mundo? A escritora Elaine Brum colheu algumas respostas e publicou um excelente artigo sobre o assunto. Para acessá-lo, clique aqui.