sábado, 31 de março de 2012

Fernando Savater fala sobre livros na escola, envelhecimento e morte

Por Guilherme

Gosto das ideias do filósofo e escritor espanhol Fernando Savater (com exceção de sua defesa das touradas, que considero inaceitáveis sob qualquer ponto de vista), famoso no Brasil especialmente por sua obra Ética Para Meu Filho (Planeta, 2005). Savater argumenta que a prática da leitura é uma forma possível de mudar a vida das pessoas, e em suas obras também discute temas como política e ética.

O vídeo abaixo é um trecho de uma entrevista concedida por Savater à RTP, uma emissora de televisão de Portugal. Nele, o espanhol fala sobre como incentivar crianças e jovens a lerem mais, e também expõe algumas ideias sobre o envelhecimento e a morte.



quarta-feira, 28 de março de 2012

A Vida Humana

Por Guilherme

Entre os filósofos que escrevem para o público não-acadêmico, André Comte-Sponville é, certamente, um dos mais talentosos. Já comentei algumas obras do francês aqui em nosso blog, e volto a falar de Comte-Sponville porque estou lendo mais um de seus escritos, A Vida Humana (Martins Fontes, 2009).
A Vida Humana talvez seja um dos trabalhos mais simples e interessantes do autor, que apresenta capítulos curtos nos quais são discutidas diversas etapas (e acontecimentos) de nossas vidas. Há passagens notáveis sobre o trabalho (“engana-se sobre o trabalho quem vê nele apenas um fim em si mesmo ou um valor moral”) e a família (“ninguém é obrigado a ser pai ou mãe; ninguém é dispensado de ser filho ou filha”), mas Comte-Sponville escreve algo fundamental no capítulo denominado “Nascer”:

A liberdade é menos um ponto de partida que um processo, menos um livre-arbítrio que uma liberação. Ninguém é uma escolha absoluta de si; mas ninguém tampouco pode eximir-se de escolher. Ninguém nasce livre; torna-se livre...
        É isso que nos deve tornar exigentes. Essa vida tão improvável que nos é dada, cabe a nós não a desperdiçar. A vida não é um destino, é uma aventura. Ninguém escolheu nascer; ninguém vive sem escolher. Cada qual é inocente de si, mas responsável por seus atos. E responsável, portanto, ao menos em parte, por aquilo que se tornou...
        Toda vida é recebida, dizia eu. Cabe a nós não sermos indignos desse presente que nos foi dado, que é o próprio presente. Loteria da vida: combate da vida. O fato de termos todos nascido por acaso, o que é bastante claro, não é razão para viver ao acaso. Nascer é a primeira chance. Não desperdiçar essa chance, o primeiro dever.

terça-feira, 27 de março de 2012

Livrarias dos sonhos

Por Guilherme

Considero livrarias como locais sagrados, nos quais você sente uma grande paz de espírito somente por estar rodeado de obras grandiosas e de ideias inspiradoras. Para mim, não é necessário que uma livraria tenha uma grande estrutura, basta estar bem organizada e ter bons livros. Se possuir algo extra, melhor.
O blog Todoprosa, de Sérgio Rodrigues, publicou um post sobre as mais belas livrarias do mundo, compiladas pelo site Flavorwire. As 20 livrarias listadas são mais do que meros locais de venda de livros. São obras de arte, pontos turísticos nos quais vale a visita mesmo para aqueles que não são muito apegados às letras. Para os amantes dos livros, são locais dos sonhos.

Você pode acessar a lista, e ver fotos das livrarias, clicando aqui.

Café Literário em Antônio Prado

Por Guilherme

A Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Antônio Prado está promovendo a 26a edição do Café Literário, um evento de sucesso que acontece mensalmente no Centro Cultural Padre Schio.
A convidada do Café do mês de março é Maria Helena Balen, escritora e colunista do jornal Pioneiro, que discutirá o tema "Páscoa: tempo de reflexão".
O evento ocorre amanhã, dia 28/03, às 20h, no Centro Cultural Padre Schio em Antônio Prado, e tem entrada franca.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Buscando o caminho do meio

Por Guilherme

Uma colega professora, cansada da luta diária na sala de aula, enviou-me um e-mail a respeito de um projeto de lei de autoria de uma deputada paranaense, que estaria tramitando no Congresso Nacional e cujo propósito seria estabelecer responsabilidades aos estudantes do ensino básico brasileiro. Como acredito na veracidade desses e-mails tanto quanto na do Pé-Grande e do monstro do Lago Ness, decidi dar uma investigada na questão, e o conteúdo da mensagem era verdadeiro.
      A deputada em questão é Cida Borges, do PP do Paraná, e sua ideia é incluir um artigo no Estatuto da Criança e do Adolescente criado em 1990. O trecho a ser acrescentado é o seguinte:

Art. 53-A. Na condição de estudante, é dever da criança e do adolescente observar os códigos de ética e de conduta da instituição de ensino a que estiver vinculado, assim como respeitar a autoridade intelectual e moral de seus docentes.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput sujeitará a criança ou adolescente à suspensão por prazo determinado pela instituição de ensino e, na hipótese de reincidência grave, ao seu encaminhamento a autoridade judiciária competente.


      Tenho a sensação que as duras punições aplicadas aos alunos algumas décadas atrás, e hoje inaceitáveis, deram lugar à completa libertinagem nas escolas. Fomos do oito ao oitenta, e precisamos encontrar o caminho do meio com urgência. A proposta da deputada, pelo menos, nos faz discutir o que pode ser feito para trazer mais disciplina e tranquilidade ao ambiente escolar.

terça-feira, 20 de março de 2012

Querer Sem Medida

Por Guilherme

O escritor caxiense Gilmar Marcilio autografa hoje seu novo livro de crônicas, Querer Sem Medida (Belas Letras), às 19h, na Livraria do Arco da Velha em Caxias do Sul.
Querer Sem Medida é uma edição revista e ampliada do primeiro livro de Gilmar, Frutos Ardentes, publicado pela Editora do Maneco em 2005.
Quem tem a oportunidade de acompanhar o trabalho de Marcilio através de seus livros, suas crônicas no Pioneiro, ou seu blog, já conhece a qualidade dos escritos do filósofo. Assim, Querer Sem Medida é leitura obrigatória para os fãs de uma boa crônica.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ricos, mas muito pobres

Por Guilherme

Estava discutindo com minha irmã, há alguns dias, sobre como a postura de boa parte dos cidadãos brasileiros é um reflexo, em pequena escala, do momento de nosso país: economicamente fortalecido e culturalmente raso.
      Nossa conversa começou a partir da percepção de como alguns turistas brasileiros, quando estão no exterior, se comportam. Muitos desandam a comprar tudo o que encontram pela frente, e não perdem a chance de ficar a tarde inteira dentro de uma loja quando poderiam aproveitar esse tempo para passear por outros lugares, ver, fazer e conhecer coisas diferentes. Têm muito dinheiro, mas o espírito é pobre. Isso que não comentamos sobre as questões clássicas, como furar fila (passando na frente de mulheres grávidas), gritar em ônibus, largar lixo no chão e tirar foto bem ao lado de um cartaz enorme que contém o desenho de uma máquina fotográfica, com um X vermelho marcado em cima. Inacreditável.
      O Brasil está mais ou menos assim. Enquanto comemoramos (com razão) os bons índices econômicos, temos pouco a comemorar em outras áreas, como a educação, a saúde, a segurança pública e o transporte. Ainda vivemos em lugares pouco civilizados, nos quais não há respeito pela faixa de pedestre, não se joga o lixo dentro da lixeira, não há valorização de profissionais vitais para a sociedade, como professores e policiais, não há uma noção clara de deveres e nem respeito pelos direitos dos outros cidadãos, etc, etc, etc.
      O jornalista David Coimbra, em seu blog, escreveu um texto muito bom sobre o assunto. Preste atenção a esse trecho do artigo:

"Há algo,porém,que nenhuma crise vai tirar da Europa: o espírito. A cultura e a educação que forjaram a civilização europeia, base da civilização ocidental, continuarão entranhados na alma de seus cidadãos, nas pedras das ruas de suas cidades, na sua forma como o cidadão encara a existência. Onde é melhor de se viver? Na pujança do Brasil, da Rússia, da Índia e da China ou em meio à crise europeia?"

E então? Qual seria a sua escolha?

quinta-feira, 15 de março de 2012

Justiça - o que é fazer a coisa certa

Por Guilherme

Quando o furacão Charley atingiu a Flórida em 2004, muitas pessoas levantaram outras questões além da tradicional “o que vamos fazer agora?”. Subitamente, o preço de produtos básicos, cada vez mais escassos, aumentou em níveis nunca antes vistos. Sacos de gelo que custavam normalmente dois dólares passaram a ser vendidos a dez. Pequenos geradores de energia de 250 dólares eram comercializados a dois mil. Será que o aumento de preços era um reflexo da ganância e do abuso dos vendedores, que se aproveitaram de uma situação de necessidade para lucrar? Ou então o preço alto era um reflexo do valor real dos produtos naquela ocasião, já que o livre mercado tem capacidade de autorregulação e, assim, promove a justiça nas relações comerciais?
         O caso acima é o primeiro a ser abordado pelo filósofo político Michael Sandel em Justiça – o que é fazer a coisa certa (Civilização Brasileira, 2011). Sandel é professor na Universidade de Harvard, e leciona um dos cursos mais concorridos de lá, chamado Justice (clique aqui para acessar o site que disponibiliza aulas de Sandel).
      O curso originou o livro, que é uma grande aula sobre as diversas correntes da filosofia moral. Sandel apresenta teorias como o utilitarismo de Jeremy Bentham e John Stuart Mill, a ideologia libertária do estado mínimo de Robert Nozick, as ideias kantianas de moralidade, o conceito de equidade de John Rawls (com o famoso princípio da posição original) e a justiça de Aristóteles. Além de explicar a base dessas teorias, o autor discute exemplos de sua aplicação, as comenta e expõe suas deficiências.
      Um ponto positivo da obra é a ênfase dada por Sandel a valores como uma vida cívica engajada, comprometida não só com os interesses do próprio indivíduo, mas atenta à existência de outras pessoas. Isso é cidadania. É importante, então, que as pessoas procurem conhecer mais sobre as teorias morais para entender como seu próprio pensamento funciona, e com que tipo de ideia está alinhado. Como escreveu Sandel: “É sempre possível que aprender mais sobre uma doutrina moral ou religiosa nos leve a gostar menos dela. Mas não saberemos enquanto não tentarmos.”

A questão de nosso comprometimento cidadão me faz lembrar uma famosa frase do ex-presidente americano John Kennedy, que sintetiza parte das ideias de Sandel em Justiça:

Não pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer pelo seu país.

terça-feira, 13 de março de 2012

Notícias sobre a educação no Brasil

Por Guilherme

Apesar de nosso blog ter como foco principal a literatura, temas educacionais não podem ficar muito tempo fora do Página Virada. Na minha família, somos todos professores: pai, mãe, irmã e eu. Por isso, raramente ficamos algum dia sem discutir a situação das escolas e das políticas educacionais em nosso país.
Abaixo, disponibilizo o link para algumas notícias que me chamaram atenção nos últimos dias. É recomendável ler e refletir sobre o que acontece em nossas escolas e em nossa sociedade. Não se pode melhorar um país sem discutir aquilo que é a base da mudança, a formação de seus cidadãos.

Comentário: Certamente há algo de muito errado com alguém que se dá ao trabalho de falsificar um diploma para ser professor.

Comentário: Clássico exemplo de como os números às vezes não refletem a realidade. Penso que 58% é um valor subestimado, e quem conhece um pouco da dinâmica das escolas e de como o aprendizado ocorre nelas sabe disso.

Comentário: No Brasil, o poste urina no cachorro. Incapaz de lutar pelo barateamento dos livros, resta ao governo liberar as cópias.

Comentário: triste realidade a nossa. Famílias sem nenhuma autoridade, que se isentam da educação dos filhos e os mandam para a escola porque não os querem em casa. Em pouco tempo, creio ser mais interessante construirmos creches para adolescentes do que propriamente escolas.

sexta-feira, 9 de março de 2012

As Ideias de Darwin (3): "Vocação: Rebelde"

Por Guilherme

Você tem irmãos ou irmãs? Se a resposta for positiva, há duas outras questões a considerar: Você é o filho mais velho, ou o filho mais novo da família? É o mais conservador ou o mais rebelde?
      Muitos pesquisadores têm elaborado teorias a respeito da diferença de personalidade entre membros da mesma família. Tipo de criação, experiências na infância, herança genética, todos esses aspectos já foram usados para explicar porque pessoas próximas, como irmãos, podem ser tão distintas  quando se considera o seu comportamento.
        Usando os trabalhos de Darwin sobre seleção natural, e de cientistas modernos sobre competição por recursos e investimento parental, o historiador da ciência Frank Sulloway surgiu com uma ideia intrigante: a diferença de personalidade entre irmãos pode ser explicada pela ordem do nascimento.
      Para entender melhor a questão, vamos pensar um pouco sobre uma família de animais não-humanos, e cães selvagens podem fornecer um bom exemplo. Imagine que você seja um filhote da primeira ninhada de sua mãe, e com você nasceram dois ou três irmãos. Você tem toda a atenção de sua mãe, recebe muitos recursos alimentares, é protegido, tem um bom espaço para viver, tem todos os privilégios possíveis de um primogênito. Então, alguns meses após o seu nascimento, sua mãe tem outra ninhada. A coisa complicou para você, pois todo o tratamento VIP recebido vai para seus irmãos mais novos, e isso é fácil de entender: você já está grande, pode conseguir alimento por conta própria, pode se defender e viver muito bem sem o auxílio de sua mãe. A prioridade de recursos deve ser dos filhotes recém nascidos, pois estão mais vulneráveis e precisam de proteção e atenção da mãe. Como cães não costumam reclamar, a vida em matilha segue em frente.
      Sulloway utilizou-se do princípio da competição pelo uso de recursos para elaborar sua teoria sobre a diferença de personalidade. O que está descrito acima, com cães selvagens, vale também para nós, humanos. Por acaso, você nunca viu uma criança fazer birra porque entende que seu irmão recebeu um presente melhor, ou foi beneficiado em algo?
      Um filho primogênito, de acordo com Sulloway, tende a ser mais conservador, pois defende seu status quo de privilegiado. Desse modo, seu pensamento está mais alinhado ao de seus pais, e “mudança” é uma palavra não muito agradável para ele. Por outro lado, o caçula tem que lutar para mudar a dinâmica familiar, conseguindo recursos que antes eram dispensados para seu irmão mais velho. Consequentemente, filhos mais novos têm uma maior tendência à rebeldia e à busca por mudanças.
      A parte mais interessante da história é que a rebeldia e o conservadorismo dos irmãos não se restringem ao ambiente familiar. Frequentemente, pessoas que iniciaram grandes revoluções, como Darwin e Copérnico, e outros pensadores, como Voltaire, são os filhos mais novos da família. Filhos mais velhos, em contraste, tendem a manter posições políticas menos radicais, e a lutar pela manutenção da estrutura social.
      O trabalho de Frank Sulloway sobre a relação entre ordem de nascimento e personalidade está em Vocação: Rebelde (Record, 2000). O livro tem muitas passagens curiosas e instigantes, apesar de algumas partes (especialmente a seção onde o autor descreve os dados) serem um pouco maçantes. Mesmo assim, a leitura é recomendada, principalmente para quem se interessa pelo tema ou trabalha com essas questões.

OBS: Existem muita objeções e contestações ao trabalho de Sulloway. Apesar disso, gosto da ideia dele porque me parece bem familiar. Sou filho primogênito e mais conservador do que minha irmã (aliás, ela gosta muito de ressaltar isso, o que também pode ser um sinal de rebeldia do filho mais novo).

As Ideias de Darwin é uma seção do Página Virada que discute livros inspirados nas ideias evolucionistas do naturalista inglês.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O que você vai ler em 2012?

Por Guilherme

Já estamos em março, e essa pergunta poderia ter sido feita antes. Mesmo assim ela é válida: que livros você está lendo ou pretende ler em 2012?

Minha lista preliminar:

- O Processo, de Franz Kafka (indicação do amigo Luciano Mallmann)
- Lições de um cachorro livre pensante, de Ted Kerasote
- Se um viajante numa noite de inverno, de Italo Calvino (indicação do amigo Marcos Kirst)
- O senhor das moscas, de William Golding
- Uma caminhada na floresta, de Bill Bryson
- O apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger
- Fordlândia, de Greg Grandin
- A grande mortandade, de John Kelly
- Lila, de Robert Pirsig
- Travels with Charley, de John Steinbeck
- The social animal, de David Brooks
- The big questions, de Simon Blackburn
- Paranormality, de Richard Wiseman
- Do they think you’re stupid?, de Julian Baggini
- Should you judge this book by its cover?, de Julian Baggini

Ainda espero o lançamento de Running with the pack, de Mark Rowlands que é, antecipadamente, meu maior desejo de leitura em 2012.

terça-feira, 6 de março de 2012

Fronteiras do Pensamento 2012

Por Guilherme

O projeto Fronteiras do Pensamento tem trazido a Porto Alegre (São Paulo também está incluída no ciclo de palestras deste ano) um grupo considerável de intelectuais de renome mundial para debater diversos temas, como a economia, a educação, a ciência, o meio ambiente e a literatura. No ano passado, tive a felicidade de acompanhar as apresentações do escritor peruano Mario Vargas Llosa e do filósofo americano Daniel Dennett.
      No próximo dia 26 de abril, o economista Amartya Sen, Prêmio Nobel de Economia em 1998, será o responsável pela palestra inaugural do Fronteiras do Pensamento 2012. Além dele, várias figuras de destaque estarão no salão de atos da UFRGS durante o ano, e destaco duas que admiro há algum tempo: o filósofo inglês Simon Blackburn (falaremos dele em breve aqui no blog), autor de alguns dos mais interessantes livros de divulgação filosófica da atualidade, e o escritor e historiador da ciência Michael Shermer, um americano que tem se destacado na luta contra a superstição e as pseudociências. Shermer é editor da revista Skeptic e também colunista da Scientific American.

Para saber mais sobre o projeto, acesse o site do Fronteiras, clicando aqui. Minha única ressalva é a impossibilidade de se comprar ingressos separados para ver apenas determinadas conferências, o que seria ideal para mim, que não moro em Porto Alegre. Para assistir ao Fronteiras, é necessário adquirir o passaporte que permite acompanhar todas as apresentações.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Li, e assino embaixo

Por Guilherme

Já citei algumas vezes o blog do Professor Cassionei Petry, um espaço repleto de boas ideias e que nos permite pensar sobre temas importantíssimos, como a educação brasileira.
O último post de Petry, Mudanças no Horizonte da Educação, trata de questões que já foram abordadas aqui no Página Virada e que, infelizmente, parecem muito distantes daqueles que têm o poder de formular as políticas educacionais e, também, das famílias brasileiras, para quem a escola se tornou uma espécie de creche para adolescentes.

sábado, 3 de março de 2012

Mais de "O Significado das Coisas"

Por Guilherme

Comentei recentemente sobre o livro The Meaning of Things, de A.C. Grayling, uma coleção de ideias filosóficas distribuídas em verbetes e organizadas em três capítulos. Um dos capítulos trata das “falácias e inimigos” da razão e do florescimento humano. Nele, estão termos como “nacionalismo”, “depressão”, “pobreza”, “racismo”, além da polêmica inclusão de “fé” e “cristianismo”, o que não causa surpresa para quem já leu outros textos do autor.
      A melhor parte do capítulo, no entanto, é a que traz algumas ideias sobre o capitalismo. Não sou marxista, não tenho qualquer simpatia por sistemas comunistas e também, se eu fosse Grayling, os colocaria como inimigos do florescimento humano, mas não é possível defender o sistema capitalista da maneira como ele tem sido empregado nas sociedades humanas. Assim, a frase abaixo, do escritor americano E. B. White, citado por Grayling, me parece uma das melhores sínteses do capitalismo:

O problema com o sistema de lucro sempre foi ser muito pouco lucrativo para a maioria das pessoas.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Qualquer leitura é válida?

Por Guilherme

O jornalista Janer Cristaldo publicou um texto bastante instigante sobre a questão do aumento nos índices de leitura no Brasil. Segundo ele, apesar de os brasileiros estarem lendo mais, a qualidade das obras apreciadas (especialmente de auto-ajuda) é baixa, e isso não traz benefício cultural algum aos leitores.
A questão é delicada, polêmica, e rende boas discussões. Dos autores criticados por Cristaldo, o único que li foi Jô Soares. Não conheço a obra dos demais por falta de interesse, pois se quero ter contato com ideias interessantes, prefiro pegar livros de Daniel Dennett, Mark Rowlands e Steven Pinker a ler Paulo Coelho, Zíbia Gasparetto e Padre Marcelo Rossi.

O texto de Cristaldo pode ser lido aqui.