Por Guilherme
Estava discutindo com minha irmã, há alguns dias, sobre como a postura de boa parte dos cidadãos brasileiros é um reflexo, em pequena escala, do momento de nosso país: economicamente fortalecido e culturalmente raso.
Nossa conversa começou a partir da percepção de como alguns turistas brasileiros, quando estão no exterior, se comportam. Muitos desandam a comprar tudo o que encontram pela frente, e não perdem a chance de ficar a tarde inteira dentro de uma loja quando poderiam aproveitar esse tempo para passear por outros lugares, ver, fazer e conhecer coisas diferentes. Têm muito dinheiro, mas o espírito é pobre. Isso que não comentamos sobre as questões clássicas, como furar fila (passando na frente de mulheres grávidas), gritar em ônibus, largar lixo no chão e tirar foto bem ao lado de um cartaz enorme que contém o desenho de uma máquina fotográfica, com um X vermelho marcado em cima. Inacreditável.
O Brasil está mais ou menos assim. Enquanto comemoramos (com razão) os bons índices econômicos, temos pouco a comemorar em outras áreas, como a educação, a saúde, a segurança pública e o transporte. Ainda vivemos em lugares pouco civilizados, nos quais não há respeito pela faixa de pedestre, não se joga o lixo dentro da lixeira, não há valorização de profissionais vitais para a sociedade, como professores e policiais, não há uma noção clara de deveres e nem respeito pelos direitos dos outros cidadãos, etc, etc, etc.
"Há algo,porém,que nenhuma crise vai tirar da Europa: o espírito. A cultura e a educação que forjaram a civilização europeia, base da civilização ocidental, continuarão entranhados na alma de seus cidadãos, nas pedras das ruas de suas cidades, na sua forma como o cidadão encara a existência. Onde é melhor de se viver? Na pujança do Brasil, da Rússia, da Índia e da China ou em meio à crise europeia?"
E então? Qual seria a sua escolha?