segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Na Natureza Selvagem

Por Guilherme

Se alguém fizer uma lista dos ambientes mais difíceis para um ser humano prosperar, o estado do Alasca, com seu clima extremo e fauna potencialmente letal para nós, certamente estará nela. E na imensidão selvagem do extremo norte do continente americano é que o jovem Christopher McCandless encontrou o seu fim.
McCandless, desde cedo, não aparentava ser como a maioria de seus colegas. Fanático por aventuras e pouco apegado a valores materiais, não desperdiçava a chance de ficar sozinho na natureza, como quando fez rafting no Rio Colorado, empreitada perigosa mesmo para os experientes. Sua vontade de continuar as aventuras era fomentada pela leitura de autores como Henry Thoreau, Jack London e Robert Pirsig.
Um jovem ansioso por novos desafios, leitor de libertários, crítico do “vazio” da sociedade materialista americana, com uma relação familiar instável, e à procura de um rumo depois de sua graduação: McCandless era a personificação do jovem aventureiro. E a sua maior jornada começava a se materializar.
        Depois de peregrinar por vários estados americanos, trabalhando e trocando ideias com as pessoas com quem tinha contato, McCandless iniciou sua odisséia ao Alasca em 1992. Pegando carona de Dakota do Norte até Fairbanks (sem avisar a família), e apanhando mantimentos para sua estada no Alasca, o jovem percorreu a pé o último trecho da viagem até encontrar um ônibus abandonado próximo ao Parque Nacional de Denali. Ali, sua vida contemplativa, à Thoreau, iniciou.
        A impressionante história de McCandless é contada pelo jornalista americano Jon Krakauer em Na Natureza Selvagem: a dramática história de um jovem aventureiro (Companhia das Letras, 1998). Krakauer conversou com familiares do jovem, com colegas de trabalho e amigos, e também percorreu alguns dos caminhos de McCandless. O resultado é um relato de alta qualidade sobre a vida, e a morte, de um sujeito que não conseguia encontrar seu lugar numa sociedade de pensamento tão diferente do seu.

6 comentários:

  1. Essa história é muito legal. Não gostei muito do filme, apesar de curtir Pearl Jam, mas a história é boa demais! Tô adiando faz tempo a leitura do livro.

    :-)
    J.Cataclism

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  2. Oi J.Cataclism

    O livro é muito interessante pelos detalhes que traz, que amarram alguns pontos deixados soltos no filme.

    Um abraço
    Guilherme

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  3. Guilherme,
    também assisti ao filme e concordo com o J. Cataclism. A história é a um só tempo comovente, instigante e inspiradora. Contudo, não li o livro, e fiquei com muitas interrogações... Fiquei me perguntando, por exemplo, se havia algo de autodestrutivo nessa ruptura na aparência sem limites, ou se a vida em sociedade é que exige em parte autodestruição. Confesso que só encontrei respostas contraditórias.
    Abraço.
    Luciano

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  4. Olá de novo. Ocorreu-me que talvez o que me tenha parecido autodestruição seja uma interpretação a partir do final da história, e não característica do personagem.
    Perdoem a invasão...
    Luciano

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  5. Oi Luciano,

    Interessante o seu comentário, e a ideia de essa tenha sido uma jornada de autodestruição é uma possibilidade. No entanto, como comentei acima, o livro explica melhor alguns pontos brevemente tratados no filme, e assim a história fica mais fácil de ser entendida.
    Minha opinião sobre o jovem: ele tinha uma tendência a entrar em grandes desafios, e todas as circunstâncias o conduziram à ultima jornada. Infelizmente, devido a condições climáticas e alimentares, o que era para ser um período de alguns meses de contato com a natureza acabou sendo uma armadilha mortal para ele.

    Obs: nunca tinha pensado na possibilidade de a vida em sociedade exigir algum grau de autodestruição. Para a maioria de nós, com certeza exige.

    Um abraço!
    Guilherme

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  6. Este episódio da história recente é contado também no livro Cruzando a última fronteira do gaúcho Airton Ortiz. São fatos que merecem um pouco da nossa atenção. No caso do jovem que se entregou a aventuras no Alasca, com pouco conhecimento daquele ambiente, uma lição de vida que mereceria estudos. O livro de Ortiz nos proporciona uma viagem para um mundo cada vez mais distante da sociedade moderna: a natureza.

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