segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Significado das Coisas

Por Guilherme

Estou iniciando a leitura de The Meaning of Things: applying philosophy to life (O Significado das Coisas: aplicando a filosofia à vida, ainda não publicado no Brasil), do filósofo e escritor britânico A.C. Grayling, obra estruturada em três capítulos nos quais é possível apreciar o conteúdo filosófico separado em verbetes.
Li alguns trabalhos de Grayling, e esse me atraiu pela habilidade do autor em escrever trechos curtos com grande conteúdo. Um dos primeiros verbetes do livro é “civilidade”, e o autor aponta algo que estamos demorando demais para perceber, e que creio ser a origem de grande parte das desordens das sociedades de hoje:

Apesar das aparências, o mundo ocidental não está passando por uma nova era imoral. Ele está sofrendo de um fenômeno diferente: a perda de civilidade, um déficit de boas maneiras...
... o que tem acontecido é uma queda naquilo que mantém a máquina social funcionando – a quebra da tolerância mútua e do respeito que permitem a convivência em uma sociedade complexa e plural para que os indivíduos possam viver suas próprias vidas em paz.


Grayling prossegue:

Pessoas que têm maus modos são geralmente assim porque elas estimam falsamente o seu próprio valor, e pensam que um garçom (que é provavelmente um estudante de medicina ganhando um dinheiro extra) ou um motorista de ônibus (que provavelmente está escrevendo o próximo romance premiado em seu tempo livre) devam ser valorizados pela sua ocupação – ou, mais precisamente, pela sua renda, que nesses casos assume-se que seja modesta – mais do que por sua humanidade. Aí começa a impertinência: transforme uma pessoa em um rótulo, ou em uma soma de dinheiro, e ela se torna não um fim em si mesma, mas um instrumento; e tratar alguém assim, como argumentou Kant, não é apenas a suprema descortesia, mas o supremo erro."

2 comentários:

  1. Oi, Guilherme!
    Esse livro é relativamente novo, não? Pelo que procurei na internet, as primeira edições são de 2001(?).

    Por favor, quantas páginas tem essa tua atual edição?

    Valeu!

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  2. Oi J.Cataclism,

    Sim, a primeira edição do livro foi publicada em 2001. Minha edição é de 2002 (uma reimpressão de 2007, na verdade), e tem 208 páginas. Interessante notar que o cara escreveu vários livros, mas creio que nenhum deles foi editado no Brasil. Uma pena, porque são poucos os escritores que têm a coragem de abordar temas delicados com a habilidade de Grayling.

    Um abraço
    Guilherme

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