terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Que tipo de pessoa você quer ser?

Por Guilherme

O trecho abaixo é do livro Scifi = Scifilo – a filosofia explicada pelos filmes de ficção científica (Relume, 2005), de Mark Rowlands. Para quem já leu a obra mais famosa de Rowlands, O Filósofo e o Lobo, a ideia vai parecer familiar. Mesmo assim, é interessante dedicar um tempo para tentar entender (quem sabe incorporar?) o recado do filósofo galês.

“A escolha de deixar a vida ser guiada por razões morais ou de interesse próprio é, a meu ver, fundamentalmente arracional. A escolha é, enfim, autodefinidora: é uma escolha guiada não por razões, mas pela sua imagem do tipo de pessoa que você quer ser. Não seria esta imagem uma razão? Não fundamentalmente, porque o desejo de ser um tipo particular de pessoa em vez de outro não é, em si, baseado em razões.
        Um dos aforismos de Nietzsche é mais ou menos assim: ‘O que diz a sua consciência? Torne-se aquilo que você é.’ E escolher viver sua vida de uma certa maneira, uma onde as considerações morais tenham um peso maior que aquelas de interesse próprio, ou onde as razões de interesse próprio pesem mais que as morais, ou onde ambas estão constantemente competindo para ser mais importante que a outra é, de fato, uma questão de tornar-se o que você é. Pode não existir uma razão fundamental para ser ou tornar-se um tipo de pessoa ao invés da outra. É algo que simplesmente fazemos. É a nossa ação – ao invés de nossa razão – que se encontra na raiz do jogo da auto-definição. O começo da moralidade é a questão ‘Por que ser moral?’. E no começo jaz o ato."


Nenhum comentário:

Postar um comentário