domingo, 14 de abril de 2013

Velhos Tempos, Belos Dias: o conjunto Blue Moon nos incríveis anos sessenta

A década de 1960 foi, em termos de música popular, o mais brilhante período do século passado. Nunca, na história contemporânea, vimos artistas tão bons como os daquela época. Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, Beach Boys, Creedence, Simon & Garfunkel, Eric Clapton e Rod Stewart, entre vários outros, faziam a cabeça dos apaixonados pelo rock em todo o mundo. No Brasil, havia a Jovem Guarda, com o rei Roberto, Erasmo Carlos e Os Incríveis.
   No interior do Rio Grande do Sul, jovens se organizavam em conjuntos, animados com a possibilidade de levar a música a outras pessoas e de imitar os seus heróis. Ao final de uma década na qual o Brasil passou a ser mais uma ditadura na América do Sul, e a liberdade civil foi cerceada, a música era também um dos meios encontrados para que as pessoas pudessem se expressar. No entanto, a possibilidade de encontro com outras pessoas ao som de uma boa música, em um baile, era um dos principais motivos para os artistas de então.
   Nesse contexto surgiu o Blue Moon, um conjunto de Veranópolis que levou a boa música a várias cidades de nosso estado. O nome do grupo foi extraído de uma famosa canção de mesmo nome, composta em 1934 por Richard Rodgers e Lorenz Hart, e executada por um grande número de artistas, como Elvis Presley, Bob Dylan, Frank Sinatra, Cliff Richard e Rod Stewart. O nome em inglês também refletia uma tendência da época, mesmo para conjuntos brasileiros.
   Tendo que conviver com as limitações impostas a músicos que vivessem no interior gaúcho na década de 1960 (os instrumentos eram caros, assim como caixas de som e outros aparatos importantes, era difícil conseguir as cifras das músicas e as letras em inglês, as estradas eram precárias, a Kombi, desconfortável,...), o Blue Moon teve uma passagem marcante pelo cenário cultural de Veranópolis e da Serra Gaúcha, e deixou saudades entre aqueles que tiveram a chance de acompanhar a performance do conjunto.
   Em Velhos Tempos, Belos Dias: o conjunto Blue Moon nos incríveis anos sessenta (Editora do Maneco, 2013), meu pai (e baixista do grupo), Valdemir Guzzo, conta a história da trajetória do grupo Blue Moon aliada a informações sobre a vida no Brasil da época e a atmosfera cultural que rodeava a sociedade de então. Além de tratar do amor pela música que os integrantes do grupo tinham, a obra faz um importante resgate histórico de uma época saudosa, na qual a música era um meio de unir as pessoas e de emocioná-las. O prefácio de Velhos Tempos, Belos Dias foi escrito por Nenê Benvenuti, baixista de Os Incríveis e uma das influências do Blue Moon.

O livro será lançado no início de maio em Veranópolis, com uma reunião dos membros do conjunto.

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