Por Guilherme
“Rebelde sem causa” é o termo que melhor descreve a vida do jornalista americano Jim Knipfel até o início de sua idade adulta, ou bem mais do que isso. Knipfel gostava de atazanar a vida alheia, às vezes de modo agressivo e perigoso. Parte de suas memórias dos anos de delinquência está em A Arte de Ser Desagradável (Bertrand Brasil, 2010).
Nem o fato de Knipfel ser portador de uma doença degenerativa nos olhos, chamada retinite pigmatosa, que o impede de ver as coisas claramente na maioria das situações, o deteve de levar a cabo planos como o incêndio da sala da administração da universidade na qual ele e seu amigo inseparável, o maluco Grinch, estudavam.

No final de sua narrativa, Knipfel deixa transparecer algo que é recorrente à maioria das pessoas de passado conturbado: o arrependimento. A chegada da maturidade trouxe uma maior paz de espírito ao autor, que finalmente pode aplicar aquilo que chama de “budismo para cachaceiros”, ou seja, aproveitar a vida agora, respeitando os demais, sem tentar ser um chato na maioria das ocasiões (o termo usado por ele no livro é outro). Isso pode parecer simples, e é mesmo, mas para um sujeito com o histórico de Knipfel, viver desse modo é como atingir o Nirvana.
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