quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ei, Professor

Por Guilherme

O americano Frank McCourt foi um homem de várias profissões. Trabalhou por algum tempo em hotéis, como estivador no porto de Nova York e como treinador de cães, até se estabelecer como professor, ofício que exerceu por décadas em instituições de ensino médio e superior. Quando tinha 66 anos, McCourt experimentou outro tipo de condição, a de escritor, publicando seu primeiro livro, Angela’s Ashes, uma obra de memórias que trata de sua infância na Irlanda. O livro foi muito bem sucedido, e McCourt recebeu o Prêmio Pulitzer de 1997 por causa dele.
As histórias da época em que o escritor esteve na sala de aula são contadas em Ei, Professor (Intrínseca, 2006). Os relatos do cotidiano escolar de Nova York têm muito em comum com aquilo que é vivenciado por boa parte dos professores em outros locais: salas de aula com muitos alunos (creio que não tantos como aqui), alguns alunos curiosos e outros pouco interessados, a procura de artifícios para atrair a atenção dos estudantes e tornar as aulas menos maçantes, e a cansativa rotina de preparar aulas e corrigir trabalhos. Além disso, McCourt nos lembra que professores também são seres humanos e, como qualquer outra pessoa, têm uma vida a conduzir fora da escola, embora muitas vezes não seja possível sair do ambiente escolar e lá deixar todos os problemas e angústias que ocasionalmente aparecem.
        Ei, Professor é também um tributo à profissão docente, no qual são discutidas muitas das alegrias, tristezas, realizações e preocupações de quem entra em uma sala de aula para compartilhar o conhecimento com grupos de jovens. A importância, a complexidade e a responsabilidade do ofício, diz McCourt, fazem com que a docência seja uma das tarefas mais complicadas que existem. Se já era assim na época do autor, imagine agora.

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