segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Em Busca de Sentido

Por Guilherme

O médico e psiquiatra austríaco Viktor Frankl foi um dos mais proeminentes psicoterapeutas do século passado. Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, Frankl teve a infelicidade de testar alguns dos métodos da logoterapia (abordagem criada por ele, e que explora o sentido da vida de seus pacientes) na própria pele, quando passou três anos como prisioneiro de quatro campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Livre depois do final da Guerra, Frankl tornou públicas as suas experiências em um breve relato chamado Em Busca de Sentido (Editoras Vozes e Sinodal, 2008), lançado originalmente em 1946 e que se tornou um bestseller mundial nas décadas seguintes.
        Apesar de curto, Em Busca de Sentido é um livro denso, que mostra como Frankl e seus colegas sobreviviam à maldade dos soldados alemães e de seus próprios companheiros do campo. Os capítulos falam sobre a recepção no campo de concentração, a vida nesses locais, e a vida após a libertação. Como psicoterapeuta, Frankl enfoca na capacidade que o ser humano tem de sobreviver às terríveis adversidades quando vê algum sentido naquilo que ele faz ou naquilo a que é submetido. E é sobre o sentido da vida um dos melhores trechos de sua obra:

O que se faz necessário aqui é uma viravolta em toda a colocação da pergunta pelo sentido da vida. Precisamos aprender e também ensinar às pessoas em desespero que a rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas sim exclusivamente o que a vida espera de nós. Falando em termos filosóficos, poder-se-ia dizer que se trata de fazer uma revolução copernicana. Não perguntamos mais pelo sentido da vida, mas nos experimentamos a nós mesmos como os indagados, como aqueles aos quais a vida dirige perguntas diariamente e a cada hora – perguntas que precisamos responder, dando a resposta adequada não através de elucubrações ou discursos, mas apenas através da ação, através da conduta correta. Em última análise, viver não significa outra coisa senão arcar com a responsabilidade de responder adequadamente às perguntas da vida, pelo cumprimento das tarefas colocadas pela vida a cada indivíduo, pelo cumprimento da exigência do momento.”

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