segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Frankenstein

Por Natália

Há obras que, mesmo tendo sido escritas há muitos anos, se encaixam tão perfeitamente à realidade atual que justamente por esse motivo merecem ser relidas e apreciadas. Uma dessas obras é Frankenstein, de Mary Shelley, um clássico do terror adaptado inúmeras vezes ao teatro e ao cinema.
Ao contrário do que muitos pensam, Frankenstein não é o monstro, e sim o cientista que o cria. Victor Frankenstein, ao longo de seus estudos, se especializa numa técnica que devolve a vida a organismos mortos. O fascínio de Frankenstein por essa técnica torna-se tão grande que ele, juntando pedaços de vários corpos, cria o que se assemelha a um ser humano. O resultado da obra deixa o cientista enojado, e ele abandona o monstro no laboratório. A criatura, que já havia ganhado vida, sai de seu esconderijo, com raiva de seu criador e com medo do mundo lá fora.
        Quando o boato de que um ser estranho vinha apavorando a vila, o cientista retorna ao laboratório, pois sabe quem é o responsável por causar tanto pavor. Nesse momento, porém, o monstro já está vivendo no bosque, contentando-se em observar (sem ser notado) a calma rotina de uma família. É com o vaivém dessa família que a criatura aprende a ler e fica sabendo das notícias do mundo – e é olhando para o próprio reflexo na água do rio que se dá conta de sua monstruosidade.
        O ser, que até então vivia tranquilamente às escondidas, é finalmente avistado por uns moradores da região, que querem matá-lo. Irritado com isso, o monstro revolta-se com aquele que lhe causou todo esse sofrimento: seu criador. Agora, criador e criatura tentam se encontrar – o primeiro, para acabar com o segundo; o segundo, para destruir o primeiro.
         Frankenstein (L&PM, 2001), de Mary Shelley, foi publicado em 1818 e é resultado de uma aposta entre a autora e Percy Bysshe Shelley, Lord Byron e John Polidori, outros escritores ingleses, para ver quem conseguia escrever a melhor história de horror. Os três outros autores desistiram do projeto, mas Mary Shelley prosseguiu – ela inclusive chegou a sonhar com cenas da trama. Sua história, então, tornou-se muito conhecida – e ainda hoje é considerada como um dos melhores títulos do seu gênero.

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