quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O anestésico da familiaridade

Por Guilherme

O biólogo inglês Richard Dawkins escreveu vários trabalhos de impacto. Seus livros mais conhecidos são O Gene Egoísta e Deus, um Delírio, ambos já publicados no Brasil. Em Desvendando o Arco-Íris: ciência, ilusão e encantamento (Companhia das Letras, 2000), Dawkins afirma que a ciência traz mais beleza às coisas ao mostrar como o mundo ao nosso redor funciona. O primeiro capítulo da obra, O anestésico da familiaridade, inicia com um trecho muito interessante, que discute o quanto singular é cada uma de nossas vidas e, por consequência, o quanto é importante valorizá-las e fazer o melhor que pudermos ao longo de nossas existências.

“Nós vamos morrer, e isso nos torna afortunados. A maioria das pessoas nunca vai morrer, porque nunca vai nascer. As pessoas potenciais que poderiam estar no meu lugar, mas que jamais verão a luz do dia, são mais numerosas que os grãos de areia da Arábia. Certamente esses fantasmas não nascidos incluem poetas maiores que Keats, cientistas maiores que Newton. Sabemos disso porque o conjunto de pessoas possíveis permitidas pelo nosso DNA excede em muito o conjunto de pessoas reais. Apesar dessas probabilidades assombrosas, somos você e eu, com toda a nossa banalidade, que aqui estamos.”

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Campanha de recolhimento de equipamentos de informática e telefonia em Antônio Prado

Por Guilherme

O Sistema Fecomércio do Rio Grande do Sul está realizando uma campanha por todo o Estado para a coleta de equipamentos de informática e telefonia pós-consumo. Em Antônio Prado, a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, e a CIC são os parceiros na campanha, que visa dar um destino correto a equipamentos como monitores, computadores, telefones celulares e impressoras, entre outros, após esses aparelhos terem sido utilizados. Sabe-se que equipamentos eletrônicos apresentam uma grande carga de materiais potencialmente danosos ao meio ambiente, e por isso devemos ter cuidado ao descartá-los.

Em Antônio Prado, os equipamentos estão sendo recolhidos na sala da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente até o dia 30 de setembro. Os resíduos coletados são: CPUs completas, monitores, teclados, mouses, impressoras, notebooks, estabilizadores, no breaks, telefones celulares, suas baterias e carregadores, telefones sem fio, cabos, terminais, centrais telefônicas, placas de rede, placas-mãe, placas de vídeo, placas de som, placas de fax, modems, e decodificadores.

Mais informações sobre a campanha podem ser obtidas no site do Sistema Fecomércio.

domingo, 4 de setembro de 2011

O Sol é Para Todos


Por Guilherme

Jean Louise Finch é uma menina que vive no sul dos Estados Unidos em uma época conturbada, em que brancos e negros não compartilham dos mesmos direitos e das mesmas possibilidades de ascensão social. Seu pai, Atticus, é um advogado conhecido por sua postura ética e pelo seu grande conhecimento. Seu irmão mais velho, Jeremy, é o companheiro de Scout (nome pelo qual Jean Louise é conhecida) nas brincadeiras e idas a escola, e seu maior confidente.
      A vida de Scout muda a partir do momento em que seu pai decide defender Tom Robinson, um cidadão negro acusado de ter estuprado Mayella Ewell, jovem que pertence a uma família com um grande histórico de problemas, a começar pelo mau comportamento do patriarca, Bob, um alcoólatra que gasta todo o dinheiro que recebe do governo para manter seu vício. Mayella afirma que Robinson a estuprou, embora não existam provas disso, e há forte suspeita de que a história é uma armação para condenar o homem à prisão.
      Atticus tem certeza de que Robinson é inocente, mas precisa ser muito articulado e convincente para conseguir a liberdade do homem. A situação do advogado é mais complicada porque seus conterrâneos são, em sua maioria, pessoas preconceituosas, que consideram negros como pessoas inferiores e perigosas. O julgamento parece fadado ao fracasso, mas Atticus sabe que deve lutar pela absolvição de Robinson, que significaria muito mais do que a liberdade para um homem negro, mas a certeza de que a justiça é realmente imparcial, e considera os interesses de todas as pessoas da mesma maneira.
      A história de Scout e de seu pai Atticus em busca da liberdade para Robinson é narrada pela americana Harper Lee em O Sol é Para Todos (José Olympio, 2006), considerada uma das grandes obras da literatura americana contemporânea, e que originou um filme de mesmo nome. O Sol é Para Todos vai além da narrativa histórica e social americana. É uma obra que nos faz pensar sobre porque é difícil, mas necessário, agir eticamente sempre.

sábado, 3 de setembro de 2011

Com a bola de futebol em uma mão, e um livro em outra

Por Guilherme

O Uruguai tem sido comentado mundialmente devido ao êxito de sua seleção de futebol na Copa do Mundo de 2010 e na Copa América desse ano. O técnico da seleção do país é realmente um professor, Óscar Tabárez, que lecionava em escolas uruguaias há alguns anos. Tabárez realizou um trabalho diferente com a equipe celeste, desenvolvendo não somente os aspectos técnicos e táticos do futebol, mas também os aspectos humanos dos jogadores, valorizando a boa conduta e a educação dos atletas. Um bom exemplo que poderia ser seguido por outros países, inclusive pelo nosso.
Para conhecer mais sobre o assunto, clique aqui e aqui.

sábado, 27 de agosto de 2011

As pessoas não discutem mais as boas ideias

Por Guilherme

O professor Neal Gabler, da University of Southern California, publicou um texto muito interessante há alguns dias no The New York Times, chamado “The Elusive Big Idea”. O termo “elusive” significa algo difícil de encontrar, esquivo. Muitas vezes se usa esse termo para algo que nem sequer existe, como quando se diz que o Pé-Grande é um animal “elusive”.
      Assim como o Pé-Grande, as grandes ideias estão difíceis de serem encontradas hoje em dia. E Gabler escreveu com propriedade sobre isso. Segundo o autor, as pessoas utilizam seu tempo para discutir futilidades e informações superficiais, como o que comem no almoço ou para onde estão indo. Em resumo, coisas que não interessam a ninguém, a não ser ao próprio autor (se é que realmente interessam a ele).
      Gabler sustenta que as pessoas não utilizam as facilidades da tecnologia para discutir grandes ideias, ideias que poderiam engrandecer as suas vidas. Ao invés disso, nós estamos cada vez mais vazios, sem conteúdo, e faltam pessoas capazes de criar coisas novas, de levantar grandes ideias.

      Quem está com o inglês afiado não pode perder o artigo de Gabler. Clique aqui para acessá-lo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Terceiro Chimpanzé


Por Guilherme

Já falamos aqui do escritor americano Jared Diamond, autor dos famosos Armas, Germes e Aço, e Colapso, obras que tratam da evolução das sociedades humanas e das maneiras pelas quais elas foram enfraquecidas ou desapareceram.
O livro que deu origem às mais famosas obras de Diamond foi O Terceiro Chimpanzé: a evolução e o futuro do ser humano (Record, 2010), publicado originalmente em 1992, e que trata das questões fundamentais da evolução biológica dos seres humanos com uma clareza poucas vezes encontrada em outros escritos sobre o tema.
Diamond dividiu O Terceiro Chimpanzé em cinco partes. A primeira apresenta informações a respeito de como, quando e onde boa parte da evolução humana ocorreu. A segunda e a terceira parte do livro são as mais interessantes, pois discutem comportamentos curiosos dos seres humanos, como o vício em álcool e outras drogas, a invenção da arte (origem da arte é o melhor termo, pois suspeita-se que manifestações artísticas também possam ser encontradas em outras espécies animais), a seleção de parceiros e o adultério. Nesses capítulos, Diamond também escreve sobre a biologia do envelhecimento e da morte, as origens da linguagem humana, e o início dos cultivos agrícolas, que nos trouxeram muitos benefícios, mas também muitos problemas.
      A quarta parte do livro explica como ocorreram as migrações humanas pelo planeta, desde a época em que saímos da África até as viagens dos europeus por novas terras. Um ponto em comum une a maioria das viagens: o conflito entre aqueles que chegam e os nativos, provocado por diferenças culturais, de linguagem, e de poderio bélico. É por isso que Diamond espera que não existam seres alienígenas capazes de nos visitar.
      A parte final de O Terceiro Chimpanzé é a mais reflexiva. Nela, o autor discute as implicações de um aumento sem controle da população humana em todo o planeta, e a catástrofe que poderemos provocar se explorarmos os recursos naturais sem nos preocuparmos com sua renovação. Muitos exemplos de sociedades que entraram em colapso ambiental são apresentados, e o autor espera que a história possa nos ensinar a partir deles. Por saber a importância desse tema, Diamond dedicou o livro Colapso para ampliar o debate sobre as consequências da má conduta ambiental nas sociedades humanas.
      O Terceiro Chimpanzé, assim como os outros livros de Jared Diamond, é leitura obrigatória para as pessoas curiosas por temas relacionados à nossa evolução e ao nosso futuro. Também deveria ser lido por quem toma decisões, ou seja, pelos governantes, que raramente pensam nas consequências ambientais e sociais de suas políticas que visam o desenvolvimento econômico a qualquer custo. A crítica de Diamond ao crescimento desenfreado de nossa população é explícita. Infelizmente, poucos políticos parecem interessados em propor programas de planejamento familiar. E os motivos para isso são óbvios.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Café Literário em Antônio Prado

Por Guilherme

Na próxima quinta-feira, dia 25, acontecerá mais uma edição do Café Literário no Centro Cultural Padre Schio, em Antônio Prado. O convidado do Café é meu amigo Rodrigo Cambará Printes, biólogo e doutor em ecologia pela UFMG. Rodrigo falará sobre o tema "Patrimônio Natural".
O evento é organizado pela Secretaria de Educação e Cultura de Antônio Prado, em parceria com a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente do município, e faz parte da Semana do Patrimônio.
O Café Literário tem início às 19h30 e a entrada é franca.