Localizada
no centro-sul da Argentina e do Chile, a Patagônia é a região que contém
algumas das mais impressionantes paisagens naturais do planeta. Devido à sua
grande extensão territorial, é possível encontrar desertos, florestas, estepes,
montanhas (pertencentes à cordilheira dos Andes), grandes lagos e geleiras ao
longo da Patagônia, atrativos muito procurados pelos milhões de visitantes que
chegam a cidades como Bariloche, El Calafate, Ushuaia e Punta Arenas todos os
anos. Locais como o Parque Torres Del Paine, no Chile, hábitat de pumas,
guanacos e condores, são tão impressionantes que seguidamente constam nas
listas dos lugares mais bonitos da Terra.
Esse local de sonhos, a Patagônia, foi o
destino do escritor inglês Bruce Chatwin no final de 1974, para uma estada de
seis meses. Chatwin tinha, desde cedo, uma ligação especial com a região, pois
havia recebido de seus familiares um pedaço de tecido animal que acreditou
inicialmente se tratar de um brontossauro, mas que era, na verdade, de uma
preguiça-gigante, animal extinto há alguns milhares de anos, e que dividiu as
estepes do sul da Argentina com aves gigantes, com ancestrais dos cavalos
atuais e com o Pyrotherium, uma
estranha criatura semelhante ao elefante.
A experiência patagônica de Chatwin é
contada em Na Patagônia (Companhia
das Letras, 2006), obra que narra as visitas do autor a diversas cidades patagônicas
e dos encontros de Chatwin com os moradores da região, muitos deles
descendentes dos primeiros europeus que colonizaram a Patagônia, então habitada
por grupos indígenas, como os yámanas da Terra do Fogo. Aliás, o nome “Patagônia”
foi dado pelo navegador português Fernão de Magalhães que, quando chegava ao
litoral da região, viu índios enormes e a eles deu o nome de Patagães (“pessoas
de pés grandes”).
Chatwin também fornece curiosidades sobre
a região. Uma delas é a passagem do famoso ladrão de trens Butch Cassidy, que
fugiu à América do Sul no começo do século passado, e que também ameaçou bancos
e estâncias argentinas com seu grupo de foras-da-lei. Outro fato interessante é
a menção da Patagônia em obras de escritores de várias partes do mundo, prova
da magia que o local provoca em quem o visita (apesar de que Charles Darwin,
quando esteve no sul da Argentina a bordo do Beagle, não teve uma impressão muito positiva dessa terra).
Na
Patagônia é uma leitura indicada para os interessados em relatos de viagem
ou para aqueles que sonham em fazer algo parecido com a peregrinação de
Chatwin. Estive na Patagônia no inverno de 2010, e desde então mantenho grande
admiração pela beleza da região. Assim, me enquadro entre aqueles que desejam
voltar à Patagônia e, como Chatwin, passar um bom tempo entre suas estepes e
montanhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário