sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vidas dubladas, vidas preguiçosas

Por Guilherme,

O jornalista e escritor Marcos Kirst é um velho conhecido dos frequentadores de nosso blog. Na edição dessa sexta-feira (29/07) do jornal Pioneiro, de Caxias do Sul, Kirst escreve sobre os filmes dublados. Mais especificamente, sobre quem prefere ver filmes dublados. Já desisti de ver muito filme na televisão somente pelo fato de ter que suportar a dublagem, e assim perder parte da qualidade da obra original. Ir ao cinema para ver filme dublado? Sem comentário. A não ser nos casos especificados por Kirst.
O texto está no blog do autor (clique aqui para ir até ele).

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mark Rowlands sem o lobo

Por Guilherme

O filósofo galês Mark Rowlands se tornou mundialmente reconhecido como um dos maiores divulgadores das ideias filosóficas para o grande público depois de escrever O Filósofo e o Lobo. No entanto, Rowlands já havia escrito outras obras para os leigos em filosofia, e duas delas foram publicadas no Brasil, Scifi=Scifilo: a filosofia explicada pelos filmes de ficção científica (Relume, 2005), e Tudo o Que Sei Aprendi Com a TV: a filosofia nos seriados de TV (Ediouro, 2008).
        As duas obras discutem os grandes problemas existenciais humanos: o mal realmente existe? É possível ter livre arbítrio? Por que devemos agir moralmente? O que é felicidade? O que é o amor? Existe realmente justiça? O principal questionamento, que aparece em quase todos escritos de Rowlands, é sobre o sentido da vida. E, apesar de o autor discutir essa questão à exaustão, ele parece não encontrar uma resposta defitiniva.
        Os problemas relacionados à ética e à moral são debatidos com mais profundidade em Sci=Scifilo. Aqui, o filósofo utiliza vários filmes de ficção científica, de Frankenstein aos clássicos com Arnold Schwarzenegger (um dos grandes pensadores modernos, na visão de Rowlands), para discutir ideias complexas, mostrando que o cinema pode ser uma boa fonte de debate filosófico.
        Para quem se interessa em conhecer alguns dos conceitos mais comuns da filosofia, como a justiça, a felicidade e o amor, o ideal é que comece por Tudo o Que Sei Aprendi com a TV. Com o auxílio de famosas séries de TV, como A Família Soprano, Friends, 24 Horas e Os Simpsons, Rowlands nos mostra que a filosofia não é um assunto restrito a especialistas, e que cada um de nós é, a seu modo, um filósofo. Falando sobre a vida familiar dos Simpsons, o autor levanta uma pergunta fundamental: qual é a melhor maneira de viver? Nesse aspecto, são apresentadas visões estóicas, epicuristas e cristãs sobre a chamada “boa vida”. Para tentar encontrar a melhor resposta possível à essa difícil questão, podemos dar uma olhada na vida da irmã de Bart, Lisa. A menina vive de acordo com uma visão de vida que certamente agradaria a Nietzsche, pois ela pensa que o que faz a vida valer a pena são as coisas que fazemos nela, como tocar saxofone, ler um livro ou conhecer coisas novas. Mas o ponto principal da visão de vida de Lisa encontra-se naquilo que Rowlands já escreveu em O Filósofo e o Lobo, ou seja, em nossos maus momentos. Segundo Lisa, e Rowlands também, nossos piores momentos podem fazer com que sejamos melhores, podem nos dar o ímpeto necessário para superar a adversidade e fazer de nossa vida algo mais interessante. A vida é, portanto, um eterno convite ao aprimoramento pessoal. Certamente, o caminho para uma existência ideal não é só esse. Mas as ideias de Lisa nos fazem pensar sobre o que podemos fazer para melhorar a nossa própria vida.

domingo, 24 de julho de 2011

Todos Pela Educação

Por Guilherme

Todos Pela Educação é um movimento que reúne diversas empresas e ONGs, e que tem por objetivo garantir uma educação de qualidade no Brasil. O site do movimento (clique aqui para ir até ele) traz notícias diárias sobre as condições educacionais brasileiras, e é um ponto de referência para quem gosta de estar bem informado sobre o que acontece nas escolas de nosso país.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Comer Animais

Por Guilherme


Há algumas semanas falamos aqui sobre o livro Comer Animais (Rocco, 2011), de Jonathan Safran Foer. Terminei recentemente a leitura da obra, e volto a ela pois algumas de suas passagens são realmente instigantes. O livro analisa a indústria americana da carne (não muito diferente da nossa, por sinal) e a critica veementemente, por ser fonte de sofrimento animal e devastadora do meio ambiente.
        Já li outros livros sobre o mesmo assunto, como Libertação Animal, de Peter Singer, mas nunca vi um livro com argumento contrário, alguma obra na qual o autor se posiciona favoravelmente à indústria da exploração animal e menciona seus benefícios. E isso, por si só, já explica porque é mais confortável que não saibamos a origem da carne que para em nossa mesa. Foer escreve:

        Quase sempre, quando eu dizia a alguém que estava escrevendo um livro sobre ‘comer animais’, todos presumiam, mesmo sem saber coisa alguma sobre minhas opiniões, que eu defendia o vegetarianismo. É uma suposição reveladora, uma suposição que implica não apenas que uma pesquisa extensa sobre a pecuária afastaria o pesquisador do consumo de carne, mas que a maioria das pessoas já sabe que esse é o caso.

        Os relatos das visitas do autor a abatedouros, e as conversas que ele manteve com funcionários desses locais mostram uma realidade apavorante e, ao mesmo tempo, revoltante. Não é possível admitir que animais sencientes sejam tratados como objetos em uma linha de montagem. Adicionalmente, os danos ambientais causados pela pecuária são impressionantes. Além das fezes e resíduos orgânicos que se originam deles, os animais de criação são os maiores emissores de metano na atmosfera. O metano é uma substância pior que o CO2 quando se trata da retenção do calor na atmosfera, e a pecuária contribui mais para o fenômeno do aquecimento global do que todos os meios de transporte do planeta somados. Curiosamente, é raro vermos alguém insistir na diminuição do consumo de carne e na adoção do vegetarianismo em respeito ao meio ambiente. Preferimos apoiar “o dia sem carro” e outras “soluções” paliativas, como se quiséssemos aliviar nossa consciência, imaginando assim que estamos realmente preocupados com o ambiente.
        Apesar do grande impacto ambiental causado pela criação de animais para o consumo humano, o ponto principal da argumentação de Foer a favor de uma dieta vegetariana é o sofrimento dos animais, que deriva da violência imposta pelos humanos.

        Se algum dia encontrássemos uma forma de vida mais forte e inteligente do que a nossa, e ela nos considerasse como nós consideramos os peixes, qual seria nosso argumento contra virar comida?

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Que tal uma casa assim?

Por Guilherme

Já imaginou transformar as paredes de sua casa em grandes estantes, para espalhar seus livros por toda a casa, e ainda assim deixá-los organizados? Pois é, já tem gente pensando nisso...

Para ver mais detalhes, clique aqui.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Ensaio Sobre a Cegueira

Por Guilherme

Um motorista para no semáforo e, subitamente, percebe que não consegue mais enxergar nada além de uma imensidão branca. A cegueira é epidêmica, e começa a afetar um número grande de pessoas. O governo, percebendo a gravidade da situação, isola os indivíduos afetados pela “treva branca”, imaginando assim conter o avanço da estranha doença. Os esforços para manter os pacientes em quarentena mostram-se pouco úteis, e muitas outras pessoas são atingidas pela cegueira. Incrivelmente, uma mulher mantém a sua visão intacta, e é ela que irá ajudar um grupo de pessoas a sobreviver em meio ao caos.

Nas instalações da quarentena, os cegos passam a juntar-se em grupos diferentes. Apesar de todos estarem na mesma situação, palavras como compaixão e cooperação parecem ser desconhecidas para eles. A luta pela sobrevivência é levada a extremos, e a ganância, a exploração e a sede de poder emergem no lado mais sombrio dos indivíduos. Quando um grupo consegue se libertar da quarentena, com o auxílio da única pessoa com visão intacta, os indivíduos percebem que a situação do lado de fora é tão terrível quanto a do confinamento. Sair com vida, e são, será um desafio enorme.
A epidemia de cegueira e, mais importante, o que ela provoca nas pessoas, é o tema de Ensaio Sobre a Cegueira (Companhia das Letras, 2008) um dos mais importantes romances do escritor português José Saramago. Aqui, Saramago consegue discutir com habilidade a extrema fragilidade das relações humanas, especialmente em momentos difíceis, que leva cada indivíduo a defender seus interesses, independentemente do que isso possa custar aos outros. Entretanto, a mensagem de Saramago não é totalmente pessimista: nossos piores momentos podem nos mostrar o quão forte realmente somos e despertar, pelo menos em alguns de nós, aquilo que chamamos de humanidade.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Fator Sorte

Por Guilherme

Você se considera uma pessoa de sorte? E se você se considerar um azarado, acredita que essa condição é permanente, e que não há nada que você possa fazer para mudar sua sorte? Bom, qualquer que seja o seu caso, vale a pena dar uma olhada em O Fator Sorte: mude sua sorte, mude sua vida (Record, 2003), do psicólogo inglês Richard Wiseman. Já falamos sobre o trabalho de Wiseman aqui no blog e, como ocorre com os seus livros anteriores, O Fator Sorte está embasado em pesquisas desenvolvidas pelo próprio autor ao longo de vários anos.
            De acordo com o psicólogo, ter sorte ou azar, em alguns casos, depende das atitudes da própria pessoa, e é possível desenvolver determinadas habilidades que podem aumentar a sorte de alguém. Para isso, Wiseman criou os quatro “princípios da sorte” que, se bem entendidos e empregados, podem aumentar as oportunidades para que encontremos a boa sorte em diversas áreas de nossa vida.
            O primeiro princípio, “aumente suas oportunidades de sorte”, diz respeito a mantermos uma rede grande de contatos para ampliar a possibilidade de conhecermos, de maneira direta ou indireta, alguém que possa nos conduzir a uma nova oportunidade profissional, por exemplo. Dentro desse mesmo princípio, Wiseman sugere desenvolver uma atitude tranquila em relação à vida, e abrir-se a novas experiências durante a vida.
            O segundo princípio de Wiseman é “ouça os seus pressentimentos de boa sorte” e, como o próprio termo sugere, é recomendável ouvirmos nossos pressentimentos e instintos. Wiseman diz que podemos aperfeiçoar nossa intuição através da observação das pessoas e de certos padrões nelas e nas situações cotidianas.
            O princípio três é chamado “conte com boa sorte”. Pessoas de sorte esperam que sua boa sorte continue no futuro. Além disso, elas tentam realizar seus objetivos, ainda que suas chances de sucesso pareçam pequenas, e seguem em frente em caso de fracasso. Sortudos também esperam que suas interações com outras pessoas sejam boas e bem sucedidas.
            O último princípio, “transforme seu azar em boa sorte”, é, na minha opinião, o mais interessante de todos. Segundo Wiseman, pessoas de sorte veem o lado positivo do azar, e aproveitam os infortúnios como alavancas para a boa sorte. Assim, elas tomam atitudes construtivas para evitar mais má sorte no futuro.
            O Fator Sorte pode parecer um apanhado de ideias baseadas no senso comum. No entanto, a sustentação científica do trabalho de Wiseman garante que o livro não seja mais um no estilo “auto-ajuda”. As notas do final do livro servem para o leitor verificar as fontes originais dos dados apresentados pelo autor, e são úteis para quem quer fazer uma pesquisa mais extensa sobre determinado aspecto da psicologia da sorte. Como todas as outras obras de Wiseman, O Fator Sorte é leitura obrigatória para fãs de livros com temas de psicologia.