sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Mario Vargas Llosa no Fronteiras do Pensamento

Por Guilherme

Tive a oportunidade de assistir à conferência do escritor peruano Mario Vargas Llosa ontem (14/10), no salão de atos da UFRGS, como parte do programa Fronteiras do Pensamento. Llosa, prêmio Nobel de Literatura em 2010, discorreu sobre cultura em sua apresentação. Às vésperas do dia do professor, gostei da posição do autor sobre a crise educacional das últimas décadas. O diagnóstico do peruano é simples: a figura da autoridade do professor foi perdida e, com isso, não há mais respeito dos alunos pelos seus colegas e professores. Não sei se a origem do problema foi a citada por ele, a revolução de maio de 1968 na França e seu lema, "é proibido proibir", mas concordo que estamos vivendo uma crise de valores, e isso repercute principalmente nas escolas.
Vargas Llosa também falou sobre suas influências literárias, desconversou quando perguntado qual de seus livros o agradava mais (é como escolher qual o melhor filho, disse ele), brincou quando disse não saber exatamente o motivo pelo qual recebeu o Nobel, previu o declínio do livro de papel à medida que os livros eletrônicos forem se popularizando e, por último, revelou o que vai fazer com o valor de mais de um milhão de dólares que recebeu em consequência do Nobel: "minha mulher é quem vai decidir. Espero reservar um pouco do dinheiro para comprar uns livros." Levando o público às gargalhadas, Llosa demonstou que é, na essência, tão humano quanto qualquer um de nós.

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