quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Travessuras da Menina Má

Por Natália

     
      Ainda na adolescência, o peruano Ricardo Somocurcio se apaixona por uma garota chamada Lily, uma chilena de família rica que mora em Lima. Logo, porém, descobre que a menina não era chilena nem rica e que seu nome provavelmente não é Lily. Alguns anos depois, Ricardo realiza seu sonho de infância – morar em Paris, onde trabalha como tradutor e intérprete para a Unesco – e quase se esquece da garota que o havia deixado tão encantado. Porém, em Paris, a garota ressurge e novamente encanta Ricardo. A jovem, agora com outro nome, é apelidada por Ricardo de Menina Má, pois é esperta, sedutora e tem a incrível habilidade de ascender socialmente por meio de matrimônio com homens relativamente endinheirados.
      Em Travessuras da Menina Má (Editora Alfaguara, 2006), de Mario Vargas Llosa, acompanhamos os encontros e desencontros de Ricardo e da Menina. Ele sente sua paixão crescer cada vez que ela reaparece; ela ironiza a devoção de Ricardo, chamando-o de “bom menino” e “coisinha à toa” (pichiruchi, no original em espanhol) e pedindo-lhe constantemente que lhe dirija declarações de amor cafonas.
      A Menina Má trata Ricardo com indiferença, ainda que sempre permita que ele a procure (ela também chega a contatá-lo esporadicamente). Em Lima, Paris, Londres, Tóquio e Madri, as vidas da Menina Má e de Somocurcio se entrelaçam, e os dois (pelo menos ele) vivem uma história de amor pouco convencional.
      Travessuras da Menina Má é uma das obras de grande repercussão de Vargas Llosa, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 2010. O romance descreve com riqueza de detalhes todos os encontros de Ricardo com a Menina Má, o que pode se tornar um tanto maçante para os leitores que apreciam obras movimentadas e cheias de ação. O ponto alto da obra são os cenários onde se desenrola a trama – os conflitos políticos de Lima, o charme de Paris, o movimento hippie de Londres, as máfias em ascensão de Tóquio e a efervescência cultural de Madri são o tempero do livro.
      Vargas Llosa já foi assunto deste blog (leia aqui).

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