O
Instituto Pró-Livro, organização criada em 2006, divulgou há poucos dias os
resultados de sua última pesquisa sobre o comportamento do leitor brasileiro.
Intitulado “Retratos da Leitura no Brasil”, o trabalho teve por objetivo
levantar o perfil do leitor e do não-leitor brasileiro, verificar as
preferências do leitor, identificar as barreiras para o crescimento da leitura
de livros no Brasil, levantar o perfil do comprador de livros em nosso país e
verificar a facilidade de acesso aos livros pela população brasileira.
Foram
entrevistadas 5012 pessoas em 315 municípios brasileiros, e os resultados do
estudo foram muito interessantes. Alguns dados eu reproduzo abaixo:
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Quando perguntados sobre quais atividades faziam em seu tempo livre, a maioria
dos entrevistados (85%) citou “assistir televisão”. Apenas 28% dos
entrevistados citaram a leitura.
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Em resposta à questão “Qual destas frases melhor explica o que é leitura?”, 64%
dos entrevistados afirmaram que essa atividade é uma “fonte de conhecimento para
a vida”, e 41% disseram que é uma “fonte de conhecimento e atualização
profissional”, enquanto 12% consideraram uma atividade que “ocupa muito tempo”,
8% afirmaram que é uma “prática obrigatória”, 6% que “produz cansaço / exige
muito esforço”, e 5% que é uma “atividade entediante”. (Obs: cada entrevistado podia
marcar três opções nessa questão)
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A maioria dos entrevistados (64%) concordou com a afirmação que “ler bastante
pode fazer uma pessoa ‘vencer na vida’ e melhorar a sua condição
socioeconômica”, embora 40% deles não conheça ninguém que “‘venceu na vida’ por
ler bastante”
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Metade dos entrevistados afirmou ter lido algum livro nos últimos três meses, e
a maioria dos leitores é composta por mulheres (57%)
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Entre todos os entrevistados, a média de leitura foi de 1,85 livros nos últimos
três meses
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Em relação aos gêneros lidos, a maioria dos entrevistados citou a Bíblia, os
livros didáticos, os romances e os livros religiosos
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Os cinco escritores brasileiros mais admirados pelos entrevistados foram
Monteiro Lobato, Machado de Assis, Paulo Coelho, Jorge Amado e Carlos Drummond
de Andrade
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Os cinco livros mais marcantes foram a Bíblia, A Cabana, Ágape, O Sítio do Pica-Pau Amarelo e O Pequeno Príncipe
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A maioria dos entrevistados afirmou que está lendo mais do que lia no passado,
e entre os que estão lendo menos, a principal explicação é a falta de tempo ou
interesse pela leitura
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Entre os responsáveis pelo incentivo à leitura, os mais citados foram os
professores, seguidos pelos pais. Apesar disso, a maioria dos entrevistados
afirmou nunca ter visto seus pais ou mães lendo um livro
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A maioria dos entrevistados afirmou obter livros através da compra, do
empréstimo por particulares e, em terceiro lugar, nas bibliotecas
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75% dos entrevistados afirmaram não ir a bibliotecas
O
estudo é bastante detalhado e traz outras informações importantes e úteis na
elaboração de estratégias para aumentar os índices de leitura no Brasil. Quando
se fala em leitura, ainda estamos atrasados com relação a outros países
emergentes, inclusive nossos vizinhos argentinos e uruguaios, e essa não é a
situação ideal para quem almeja constar na lista dos países mais desenvolvidos
do planeta.
Para
ter acesso aos resultados estudo na íntegra, visite o site do Instituto Pró-Livro e clique em “Retratos da Leitura no Brasil”
Gostei da pesquisa, embora imaginava resultados ainda mais desanimadores. Mas, do meu ponto de vista, uma pena que tenha sido feita com relativamente pouqíssimas pessoas. Qual a população aproximada do Brasil hoje? Cerca de 150 milhões? Cinco mil e poucas pessoas não são quase nada. Como a esmagadora maioria das pesquisas, é muito, mas muito pouca gente - baixos recursos para pesquisa, provavelmente.
ResponderExcluirEu achei bem legais as opções de resposta.
Porém, aqueles livros que mais marcaram, sem ofensa, mas que porcaria de respostas.
Oi J.Cataclism
ExcluirA população brasileira está quase nos 200 milhões! Não entendo muito de estatística, mas li o trabalho e me parece que a amostragem feita na pesquisa permite tirar as conclusões do estudo com uma pequena margem de erro. Suponho que a amostragem tenha sido feita de modo semelhante a uma pesquisa eleitoral.
De fato, os resultados não são tão ruins, embora eu não tenha muita fé na veracidade das respostas. Muitas pessoas inventam uma resposta "mais adequada" para não parecem ignorantes ou transparecerem um nível cultural que não têm. E isso pode viciar os dados.
De qualquer modo, concordo com você sobre os livros que mais marcaram. As respostas mais pareceram aquelas dadas nas entrevistas para concursos de miss.
Um abraço
Guilherme
Um dos meus escritores prediletos é de Novo Hamburgo, o Henrique Schneider. Gostei bastante também do que ele escreveu a respeito desses resultados:
ResponderExcluir=> http://www.henriqueschneider.com/home/?pagina=noticias1&codigo=121
...esse link é FORA DO TÓPICO de hoje, mas envolve "enigmas" da educação por parte de um professor universitário, pelo que pude pescar do texto de demais tópicos do próprio blog.
ResponderExcluirAchei interessante e bastante divertida a abordagem.
:-)
http://www.misturaindigesta.com.br/2012/03/como-fazer-perguntas.html