segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Adeus, China

Li Cunxin não poderia imaginar que seu destino mudaria para sempre na tarde em que os delegados culturais do governo comunista chinês visitaram sua pequena escola, nos arredores da cidade de Qingdao. Após uma série de testes, o garoto, então com 11 anos, foi escolhido para estudar na Academia de Dança de Pequim, e trocou a simplicidade de sua casa e as escassas refeições que dividia com outros seis irmãos por uma vaga na concorrida escola da capital. Li Cunxin passou a dedicar sua adolescência ao balé, e seu esforço na realização dos saltos e das coreografias tornou-o um dos mais competentes bailarinos da Academia. Estava destinado a propagar os feitos do governo comunista através de sua dança, quando uma bolsa de estudos o levou por seis semanas aos Estados Unidos. Fascinado pela liberdade de expressão da arte norte-americana, Li mudou-se para os Estados Unidos e tornou-se primeiro bailarino do Houston Ballet.
As memórias de Li Cunxin foram registradas, por ele mesmo, na obra Adeus, China: o último bailarino de Mao, publicada em 2003 pela Editora Fundamento Educacional. Os episódios da infância, da adolescência e da carreira como bailarino de Li Cunxin são narrados de maneira honesta e inspiradora, o que torna o livro encantador. Algumas passagens, além disso, são espirituosas, como aquela em que Li descreve o assombro que sentiu ao pôr os pés nos Estados Unidos e os trechos em que enumera algumas das mais marcantes diferenças entre as culturas chinesa e norte-americana. Adeus, China é um relato de superação e nos mostra que, com dedicação, humildade e com o apoio da família e dos amigos, qualquer objetivo pode ser alcançado.

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