Por
Guilherme
Sempre
ouvimos que uma grande nação se faz com pessoas educadas e instruídas. Não é
coincidência que países como a Noruega, Finlândia, Dinamarca, Canadá, Austrália
e Nova Zelândia tenham índices de desenvolvimento humano e econômico muito
melhores do que os de lugares como o Brasil. Estamos longe de ser um país
desenvolvido como as nações citadas acima, e isso acontece porque não damos o
mínimo valor à educação e ao desenvolvimento pessoal.
Ontem, alguns dos principais jornais
brasileiros divulgaram resultados assustadores de uma pesquisa sobre
alfabetismo: cerca de 38% dos estudantes universitários brasileiros têm grandes dificuldades de
entendimento das coisas que leem. Analfabetos funcionais, essas pessoas,
estudantes do Ensino Superior
brasileiro, são incapazes de entender e interpretar um texto.
Várias coisas podem ser inferidas a
partir desses dados: a) muitos estudantes saem do Ensino Básico praticamente
analfabetos, e assim continuam a vida inteira; b) o ingresso no Ensino Superior
é muito fácil, de modo que qualquer aluno, mesmo que semi-letrado, consegue
entrar para uma faculdade; c) a qualidade de muitas instituições de Ensino
Superior brasileiras é precaríssima: como pode um aluno que mal sabe ler
conseguir um diploma universitário?; d) que tipo de profissionais estão (e
estarão) no mercado de trabalho?
Que ninguém fique surpreso com isso.
Creio que a fragilidade de nosso sistema educacional é histórica, mas poucos
têm feito algo para melhorar a estrutura da educação no país em tempos
recentes. Pelo contrário: nossos últimos ministros da educação têm aberto o
caminho para as infames “fábricas de diplomas”, instituições sem o mínimo de
estrutura e políticas educacionais decentes, mas que faturam milhões de reais
anualmente, fazendo da educação um negócio extremamente lucrativo no Brasil. Há
também a questão do descaso com os professores, que recebem parcos salários e
têm condições de trabalho abaixo do desejado, carregando sozinhos a tarefa de
educar aqueles que sequer recebem atenção dos próprios pais. E o Ensino Básico,
desde sempre, abandonado.
Também não posso deixar de mencionar a
falta de valorização da educação e da cultura no Brasil. Hoje, a falta de
estudo e o desinteresse pela busca do conhecimento se tornaram virtudes. Se
você quiser ser político um dia, arme um discurso do tipo “venci na vida sem
ter estudado e sem querer aprender nada de novo, e isso nunca me fez falta”, e
o seu sucesso estará encaminhado, pode ter certeza disso. Afinal, em um país no
qual seus principais líderes fazem questão de afirmar que ler “dá azia” ou que
têm “uma preguiça disgramada de ler”, você também poderá ser aclamado um herói.
Clique aqui e leia a
matéria do Estadão sobre a pesquisa citada no texto.
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