terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Dom

Rumika Vasi, filha de indianos, nasceu e mora no Reino Unido. “Rumi” não é uma garota comum: ela é uma adolescente superdotada, com um talento incrível para a matemática. Sabendo do potencial da filha, o pai, Mahesh, a obriga a manter uma árdua rotina de estudos. Seu objetivo é fazer com que ela entre para a universidade antes de completar quinze anos. Mahesh não admite que a menina perca a concentração durante os estudos e, como acredita que o calor provoca preguiça, faz Rumi estudar num quarto com baixa temperatura. O objetivo de Mahesh não é apenas fazer com que a filha estude em Oxford, mas também assegurar o lugar da família Vasi na sociedade britânica. Rumi, por outro lado, sente-se incompreendida e pressionada pelo pai, pouco apoiada pela mãe, Shreene, rejeitada pelos colegas, que a consideram esquisita, e confusa com relação ao futuro que Mahesh tenta traçar por ela.
A passagem de Rumi do Ensino Médio para a universidade é narrada por Nikita Lalwani em O Dom (Nova Fronteira, 2008). A autora, nascida na região do Rajastão, na Índia, cresceu no País de Gales, assim como a protagonista de seu primeiro romance. O ponto alto de O Dom é a ida de Rumi à universidade. Lá, longe dos pais e das tradições hinduístas mais tradicionais, a garota se sente livre e, por causa disso, começa a descuidar dos estudos. É na universidade que Rumi descobre certos sentimentos e sensações e percebe que, apesar de sua enorme capacidade para o cálculo, ela é ainda imatura para uma porção de coisas. Outros trechos de destaque na trama são as viagens de Rumi à Índia, com a família. A menina, que não gosta da pressão do pai para que as tradições indianas sejam seguidas, sente-se fascinada pelos mistérios da nação de origem da família e vê nessas viagens uma oportunidade para fugir da asfixiante rotina de estudos a que Mahesh a submete. O Dom é certamente um romance muito interessante que merece ser apreciado.

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