sábado, 27 de outubro de 2012

"A lucidez de Lucélia", por Marcos Kirst

“A lucidez de Lucélia” é o título do texto publicado pelo amigo Marcos Kirst na edição da última sexta-feira do jornal Pioneiro. Kirst assistia à entrevista de Lucélia Santos no programa Roda Viva, na TV Brasil, quando ouviu da atriz algo que chamou a sua atenção:

Que espécie de sociedade de consumo desejamos, afinal? Os brasileiros, travestidos de consumidores, estão virando cidadãos acéfalos, burros, aculturados, superficiais, ocos. Deveríamos estimular e incentivar o surgimento de uma classe consumidora de cultura. O que eu desejo para as pessoas é isso: mais cultura, mais arte, mais leitura, mais natureza.

Simpatizo com a ideia da atriz, e também ecoo as palavras de Kirst, a respeito das coisas que os cidadãos de nosso país têm valorizado, que formam uma espécie de espelho daquilo que nós, brasileiros, somos em essência:

Mas ao mesmo tempo em que gastam e consomem, os integrantes dessa estrondosa maioria de cidadãos (acompanhados pelas demais classes sociais brasileiras) se afastam dos processos de edificação pessoal só possíveis de serem conquistados por meio da educação, da cultura e da arte.

Somos um reflexo da histórica negligência governamental (e social)  com a educação e o aprimoramento pessoal. Hoje, o que faz as manchetes dos jornais é o desempenho positivo da economia brasileira, o que, por si só, é muito bom. Péssimo é saber que, apesar de nos desenvolvermos economicamente, ainda não conseguimos sair do lamaçal da ignorância e da má-educação, e há poucos indícios de que sairemos dele em breve. Diferentemente disso, creio que há boas chances de as coisas se tornarem ainda piores - isso se realmente for possível vermos algo mais triste que isso ou isso.

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