No
Blog da Companhia das Letras, o Titã Tony Belloto escreveu um post sobre seu
ateísmo discretamente militante e sua ideia de criar um “kit ateu” literário para
presentear amigos, em uma tentativa de lutar “contra o sectarismo, ofensa à
inteligência, abuso da paciência e exploração da ignorância que muitas vezes as
religiões promovem.” O kit de Bellotto inclui obras como Deus, um Delírio, de Richard Dawkins, Deus Não é Grande, de Christopher Hitchens, e Carta a Uma Nação Cristã, de Sam Harris. Bellotto também cita O Mundo Assombrado Pelos Demônios,
de Carl Sagan, Aprender a Viver, de
Luc Ferry, e Por Que Não Sou Cristão,
de Bertrand Russell.
Após
as leituras de Últimas Palavras, de
Christopher Hitchens, e Patrimônio, de
Philip Roth, Bellotto começou a elaborar o “kit morte”, com obras que trazem reflexões sobre o final de nossas vidas, e sobre o que fizemos delas no decorrer de nossas existências.
Simpatizei
com o texto de Bellotto por também ser ateu e ler com alguma frequência obras
que tratem de ateísmo, assim como obras que tenham como tema a morte e a
possibilidade de uma boa vida antes dela, aqui mesmo na Terra. Adicionaria ao “kit
ateu” as obras O Espírito do Ateísmo,
de André Comte-Sponville, e Tratado de
Ateologia, de Michel Onfray. Ao “kit morte”, eu acrescentaria O Filósofo e o Lobo, de Mark Rowlands, De Frente Para o Sol, de Irvin Yalom, e
recomendaria a leitura de “O cérebro do meu pai”, quarto capítulo de Como Ficar Sozinho, livro de ensaios de
Jonathan Franzen.
“A
grande diferença entre um ateu e um crente talvez seja que os ateus, ao
contrário dos crentes, paradoxalmente acreditam
na morte”, afirmou Bellotto no final de seu texto. Eu acrescento: e por acreditar na morte, muitos
ateus entendem a profunda importância do verbo viver.
Para ler o texto do Titã, clique aqui.
Muito boas as indicações de livros dos "kits".
ResponderExcluirO Mundo Assombrado Pelos Demônios de Carl Sagan é um dos meus favoritos.
Um Abraço!
Grande Isaias,
ResponderExcluirO livro de Sagan é realmente primoroso, um dos meus preferidos. Sempre dou uma olhada nos primeiros capítulos, que tratam das razões de acreditarmos nas coisas. Uma clareza de pensamento cada vez mais difícil de ser encontrada, mesmo entre aquelas pessoas que consideramos inteligentes.
Um abraço,
Guilherme
É a velha questão da ideologia: ideia de poucos para consumo de muitos doutrinados. O que Belloto reafirma é a cegueira política, esportiva, educacional em que somos colocados quando outros pensam por nós.
ResponderExcluirValdemir Guzzo
Exato, pai,
ResponderExcluirPenso que o fanatismo político-partidário é tão terrível quando o religioso. Para fanáticos assim, nem a mais sólida evidência de que eles estejam errados é suficiente para fazê-los mudar de opinião. Aliás, eles evitam chegar perto de qualquer um que possa contradizê-los e não leem nada que não seja a cartilha partidária. Pretendo tratar desse assunto em breve, ao comentar sobre "Verdade: um guia para os perplexos", do Simon Blackburn.
De qualquer maneira, é uma pena que façamos uso insuficiente de um órgão tão poderoso quanto nosso cérebro. E nos contentamos com isso, o que é mais vergonhoso ainda.