sábado, 20 de novembro de 2010

Para Fazer do Mundo um Lugar Melhor

Por Guilherme

      “Quais seriam as melhores formas de aumentar o bem-estar global e, particularmente, o bem-estar da população dos países em desenvolvimento, supondo que US$ 50 bilhões adicionais estivessem à disposição dos governos?” Esse foi o desafio proposto pelo Consenso de Copenhagen, um projeto criado pelo cientista político dinamarquês Bjorn Lomborg, a um grupo de oito eminentes economistas, incluindo três vencedores do Prêmio Nobel.
      Lomborg ficou mundialmente famoso após a publicação de O Ambientalista Cético. Nessa obra, o dinamarquês critica com vigor aquilo que ele considera “alarmismo ambiental” por parte de ecólogos e ambientalistas, e tenta desconstruir a ideia de que estamos vivendo uma situação ambiental de calamidade. O Ambientalista Cético foi um dos poucos livros de temática ambiental que não terminei de ler porque, admito, me irritei com a argumentação de Lomborg. Parecia absurdo um sujeito ir contra os resultados de pesquisas bem estabelecidas, há décadas, por biólogos bastante competentes e idôneos. O livro é, ainda hoje, motivo para inúmeros debates entre ambientalistas e céticos da crise ambiental.
      Depois de abandonar O Ambientalista Cético, não imaginava que leria algo de Lomborg em breve. No entanto, uma entrevista recente do autor fez com que eu mudasse de ideia. Ao terminar a leitura da entrevista, percebi que o principal argumento de Lomborg é que, para realmente mudar a situação do mundo, são necessárias ações mais efetivas e menos propaganda e alarde, como acontece hoje. Infelizmente, muitos dos opositores de Lomborg sequer se dão ao trabalho de ouvir o dinamarquês. Deveriam.
A entrevista de Lomborg despertou novamente minha curiosidade pela sua obra. Assim, cheguei a Para Fazer do Mundo um Lugar Melhor: se você tivesse US$ 50 bilhões, por onde começaria? (Saraiva, 2008). Como exposto acima, um grupo de economistas foi desafiado a elencar áreas (educação, saúde, combate à corrupção, etc.) que necessitam de investimentos em todo o planeta. O livro é dividido em 10 capítulos, 9 que tratam dos temas em discussão e o capítulo final traz o resumo da avaliação do grupo, e a classificação das propostas. Foram consideradas 17 propostas e, de acordo com o painel de economistas, as três áreas mais necessitadas de recursos, e que dariam um bom retorno (humano e financeiro) aos governos e iniciativa privada, são: a) o controle do HIV/AIDS em países em desenvolvimento, especialmente na África; b) o fornecimento de micronutrientes, para diminuir os casos de desnutrição e fome no planeta; e c) a liberalização do comércio como medida de estímulo ao desenvolvimento das economias de países emergentes.
     A leitura de Para Fazer do Mundo um Lugar Melhor pode ser um pouco tediosa, especialmente para aqueles (como eu) que não acreditam que todos os problemas mundiais devem ser vistos, inicialmente, do ponto de vista econômico. Você pode não concordar com a avaliação do painel – eu também não concordo – mas se a pergunta Se você tivesse US$ 50 bilhões para mudar o mundo, por onde começaria? fosse dirigida a você, qual seria a sua resposta?

2 comentários:

  1. Ô, pergunta difícil... mas sim, SEMPRE deve-se começar pela educação.

    Dela tudo vem. TUDO.

    J.Cataclism

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